Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

Categoria: Estilística e semântica (Page 2 of 3)

Os artigos reunidos nesta categoria abordam os temas da estilística e da semântica.

A estilística é a parte dos estudos da linguagem que preocupa-se com o estilo da escrita. Esse campo aborda principalmente as figuras e os vícios de linguagem.

Já a semântica é a parte dos estudos linguísticos que aborda o significado das palavras, tratando de fenômenos como a polissemia, a homonímia, a transição semântica, entre outros.

Métrica: como contar sílabas poéticas?

Chamamos de métrica ou escansão o método utilizado na contagem de sílabas poéticas. Portanto, fazer a metrificação ou a escansão de um verso é determinar-lhe o tamanho.

No entanto, existem diferenças entre a contagem tradicional de sílabas, aquela que se aprende na alfabetização, para a metrificação de versos. Na contagem de sílabas poéticas, a sonoridade das palavras é o que mais importa, por isso recomenda-se conhecimento básico de fonologia.

A seguir, conheça as regras de metrificação e perceba como é fácil fazê-la.

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Ambiguidade – o que é e como evitar

A ambiguidade, também chamada de anfibologia, consiste na dupla possibilidade de interpretação de uma palavra, de uma expressão ou de todo um texto. Popularmente, recebe o nome de “duplo sentido” e pode ser causada de forma intencional ou não. 

Quando a ambiguidade é proposital e tem finalidade estilística, é considerada uma figura de linguagem de palavra e de construção. Mas quando a ambiguidade é consequência da má escolha de palavras ou da posição em que as palavras se encontram na frase, é caracterizada como um vício de linguagem e deve ser evitada.

Exemplo de ambiguidade como figura de linguagem:

– “Quem come um pede bis.” 

Nesse antigo slogan da Bis, tradicional marca de chocolate wafer, o substantivo comum bis, que significa repetição, gera ambiguidade na frase por ser homônimo perfeito do nome da marca. Logo o slogan tem a intencionalidade de mostrar que os que provam um chocolate da marca Bis, pedem bis, ou seja, pedem para comer de novo, insinuando a boa qualidade do produto.

Nos casos em que a ambiguidade resulta do duplo sentido de uma palavra, ela é chamada de ambiguidade lexical

Exemplo de ambiguidade como vício de linguagem:

– A tia levou a criança para sua casa. 

Aqui já não é possível saber se a casa é da tia ou da criança devido ao mau uso do pronome possessivo.

Em casos como esse, em que a ambiguidade resulta da forma como a frase foi construída, ela é chamada de ambiguidade estrutural.

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Intertextualidade: conceito, classificações e tipos

Intertextualidade é um conceito que indica a relação entre vários textos. Ela acontece quando um autor usa referências de outras produções textuais. Isso pode ocorrer de forma explícita ou implícita.

Neste artigo, vamos detalhar esse tema e apresentar as categorias e tipos de intertextualidade. Vejamos!

Classificações da intertextualidade

A intertextualidade é dividia em duas categorias: explícita e implícita. Assim, vamos entender melhor as característica de cada um desses grupos.

Intertextualidade explícita

A modalidade explícita é aquela em que fica claro para o leitor a referência que o autor está utilizando em seu texto.

Um exemplo são as citações, que, em geral, são marcadas pelas aspas. Dessa forma, estabelece-se uma relação direta e nítida com o texto-fonte.

As principais característica dessa categoria são:

  • Fácil identificação da intertextualidade por parte do leitor;
  • Não necessidade de conhecimento prévio;
  • Relação direta com o texto original.

Intertextualidade implícita

Em contrapartida, a modalidade implícita é mais sutil. Ela envolve uma referência indireta ao texto-fonte, o que exige do leitor uma bagagem cultural maior para compreender a relação entre os textos.

Um exemplo são as alusões, que aparecem na produção textual de forma apenas sugerida, mas sem explicitação da origem.

As principais característica dessa categoria são:

  • Difícil identificação da intertextualidade por parte do leitor;
  • Necessidade de conhecimento prévio;
  • Relação indireta com o texto original.
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Hipertexto – o que é isso?

Hipertexto é uma forma não linear de escrita e leitura, que coloca o leitor como protagonista na construção interativa de textos. Neste artigo, vamos detalhar esse conceito. Vejamos!

Linguística e Tecnologia

Quando o computador ainda era um objeto raro na vida das pessoas, o filósofo e sociólogo americano Theodor H. Nelson criou o conceito de hipertexto, lá na década de 60.

Segundo o pesquisador, hipertexto são “escritas associadas não sequenciais, conexões possíveis de se seguir, oportunidades de leitura em diferentes direções”.

O exemplo mais claro disso são os links e hiperlinks que encontramos nos textos da internet. Eles permitem a criação de uma rede de informações que dá origem a uma experiência de leitura que pode seguir por diferentes caminhos de maneira não hierarquizada.

Nesse contexto, há o empoderamento tanto do leitor quanto do autor e a possibilidade de trabalhar com diferentes níveis de aprofundamento. Você pode, por exemplo, escolher uma leitura rápida e superficial, mas pode também optar por navegar por diferentes fontes para explorar até os mínimos detalhes de determinado tema.

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Holonímia x Meronímia – qual a diferença?

Holonímia e meronímia são dois conceitos relacionados à hierarquia semântica. Eles estabelecem uma relação de parte e todo entre palavras. Neste artigo, vamos detalhar melhor esse dois termos. Vejamos!

Holonímia

De acordo com o Dicionário Terminológico, na holonímia, há uma relação entre palavras em que o significado de uma (holônimo) refere-se a um todo do qual a outra (merônimo) é parte constituinte.

Para entender melhor esse conceito, vejamos alguns exemplos:

  • Carro x Parabrisa – a palavra carro estabelece uma relação de holonímia com a palavra parabrisa.
  • Casa x Quarto – a palavra casa estabelece uma relação de holonímia com a palavra quarto.
  • Rosto x Nariz – a palavra rosto estabelece uma relação de holonímia com a palavra nariz.
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Vícios de linguagem: classificação e exemplos

Os vícios de linguagem são desvios das normas gramaticais ocasionados por desconhecimento ou má assimilação da norma culta por parte de quem fala ou escreve.

Neste artigo, vamos falar sobre 12 vícios de linguagem que você deve evitar. Vejamos!

Índice do artigo:

Ambiguidade (Anfibologia)

Também chamada de anfibologia, a ambiguidade consiste na dupla possibilidade de interpretação de um enunciado. Popularmente, esse vício de linguagem recebe o nome de “duplo sentido”.

– Visitou a amiga e depois saiu com seu namorado. (O namorado é de quem?)

– A filha quer o intercâmbio logo, mas a mãe não quer. (Não quer o intercâmbio ou não quer que seja logo?)

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Polissemia: o que é e exemplos

A polissemia é um aspecto da semântica que trata da pluralidade de significação de um mesmo vocábulo. Em outras palavras: é a possibilidade de uma palavra adquirir mais de um sentido no idioma.

Exemplos de palavras polissêmicas

a) Peça:

  • O mecânico disse que meu carro precisa de uma peça nova.
  • Assisti a uma incrível peça de teatro ontem.
  • Comprei a peça de carne mais cara para o churrasco.
  • Ele pregou uma peça de mau gosto com os avós.

b) Ponto:

  • Mesmo olhando para o espelho retrovisor, o motorista atropelou o ciclista, pois este encontrava-se em um ponto cego.
  • Na noite passada, vândalos quebraram o ponto de ônibus da rua da escola do bairro.
  • O ponto de ebulição da água, ao nível do mar, é 100°C.
  • O ponto central da reunião da semana será a necessidade de demissões em massa.

c) Grave:

  • O filho descobriu que está com uma doença grave.
  • Ela tem uma voz grave, por isso se destaca dos demais cantores.
  • Acento grave é aquele que indica a crase.
  • Palavra grave é o outro nome possível para palavra paroxítona.

Perceba que, nos exemplos acima, por mais que mudemos o contexto e o sentido das palavras polissêmicas “peça”, “ponto” e “grave”, todas elas mantiveram a sua classe gramatical. “Peça” e “ponto” são substantivos em todos os exemplos, bem como “grave” é adjetivo em todos os exemplos também.

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Aliteração: o que é e quando usar?

A aliteração é um tipo de figura de linguagem fônica – também chamada de figura de som – e consiste na repetição de fonemas consonantais iguais ou semelhantes. Essa repetição ocorre, normalmente, no início de palavras de um verso ou de uma frase.

Veja a seguir um exemplo de aliteração com a repetição do fonema consonantal /v/:

Viola violeta violenta violada

Obvia vertigem…”

(Adélia Prado)

Agora, veja com os fonemas /p/, /d/ e /t/, que não são iguais, mas possuem uma semelhança fonética que realça a musicalidade do verso:

“Esperando, parada, pregada na pedra do porto”

(Chico Buarque)

O uso da aliteração

Esse recurso estilístico, apesar de ser muito mais utilizado nos poemas, também pode ser encontrado nos textos em prosa, nos provérbios e nos trava-línguas. No clássico livro “O burrinho pedrês”, de Guimarães Rosa, podemos encontrar exemplo de aliteração em prosa:

Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi berrando… Dança doido, dá de duro, dá de dentro, dá direito… Vai, vem, volta, vem na vara, vai não volta, vai varando…”

(Guimarães Rosa)

Importante enfatizar que o que deve ser levado em consideração, portanto, é a pronúncia da palavra, e não a sua escrita. Para ilustrar, veja um exemplo com letras diferentes, mas que representam o mesmo fonema, o fonema /ʒ/:

“Toda gente homenageia Januária na janela.”

(Chico Buarque)

Perceba que o principal efeito causado por essa figura de linguagem é o reforço do ritmo que o autor pretende incutir à frase. Além disso, ela ajuda a enfatizar o significado central do texto, como no trava-língua a seguir:

“O rato roeu a roupa do rei de Roma.”

A aliteração em R enfatiza o a mensagem do texto, por exemplo, pois sugere o som do ator de roer.

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Antítese – definição e exemplos

A antítese é um tipo de figura de pensamento, uma subcategoria das figuras de linguagem com foco em explorar mais as ideias e os conceitos do que as palavras em si ou a estrutura da frase.

Ela consiste, portanto, no emprego de duas palavras, expressões ou pensamentos que se opõem quanto ao sentido.

Antônimos

Na antítese, explora-se com frequência a aplicação de antônimos que não se contradizem, nem representam falta de lógica, como podemos ver nos exemplos a seguir:

– “O esforço é grande e o homem é pequeno.” (Fernando Pessoa)

“Quando a bola saía, entravam os comentários dos torcedores.” (Carlos Eduardo Novais)

“Como eram possível beleza e horror, vida e morte harmonizarem-se assim no mesmo quadro?” (Érico Veríssimo)

“A vida é mesmo assim / Dia e noite, não e sim.” (Lulu Santos e Nelson Motta)

Repare que as palavras de cada par (grande x pequeno, saía x entravam, beleza x horror, vida x morte, dia x noite, não x sim), ao mesmo tempo em que se opõem, também se reforçam.

É justamente esse realce de contrários que dá ênfase aos conceitos envolvidos e produz um efeito inusitado no texto, o que torna essa figura um poderoso recurso de estilo literário.

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Onomatopeia – o que é e exemplos

A onomatopeia é uma figura de linguagem que consiste em utilizar palavras que reproduzem ou sugerem sons específicos. Esse recurso estilístico também é chamado de mimologia.

Neste artigo, vamos explicar melhor o conceito e apresentar exemplos de onomatopeias. Vejamos!

Origem do nome e modos de utilização

A onomatopeia é uma figura de som, ou seja, ela funciona na camada sonora da língua. O termo tem origem grega e significa “criar um nome”.

Esse recurso é muito utilizado na linguagem oral, em especial nas situações mais coloquiais. Na escrita, essa figura aparece muito nas histórias em quadrinho e nas charges.

Vejamos um caso prático de discurso onomatopeico na tirinha do Maurício de Sousa abaixo:

A tirinha mostra o personagem Cebolinha batendo um martelo em uma pedra. Ao lado, aparece a onomatopeia
Foto de divulgação retirada do site G1

O termo “tec” é um exemplo de onomatopeia. Ele reproduz o barulho da ferramenta ao bater na pedra.

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