Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

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Adjunto adnominal x Aposto especificativo – como diferenciar?

Na língua portuguesa, há muitos termos sintáticos que podem ser confundidos. É o caso do adjunto adnominal e do aposto especificativo, pois ambos possuem a mesma estrutura. No artigo de hoje você vai entender como identificar e utilizar cada um.

O que é aposto especificativo?

Também chamado aposto especificador, é o termo que especifica um substantivo. Diferente de outros tipos de aposto, o especificativo geralmente é um nome próprio, não isolado por vírgulas.

Lembrando que todo aposto tem como função oferecer mais informações sobre o que está sendo enunciado.

Quanto ao aposto especificativo, é comum encontrá-lo acompanhado das preposições “de”, “da” e “do”.

Vejamos os exemplos:

  • Visitei a cidade de Curitiba.
  • Sou fã da cantora Ivete Sangalo.
  • O estado do Paraná possui muitas montanhas.

Aqui, vem a dica: se pudermos retirar “de”, “de” e “de” das orações acima sem que a frase deixe de fazer sentido, então estamos mesmo diante de um aposto e não de um adjunto adnominal.

Observe:

  • Visitei Curitiba. (é sabido que Curitiba é uma cidade, mas, para garantir ênfase, aplicamos o aposto)
  • Sou fã da Ivete Sangalo. (famosa, Ivete é uma cantora popularmente conhecida, mas pode ser importante incluir o aposto se você estiver diante de alguém que não a conhece)
  • Paraná possui muitas montanhas. (mesmo sem a informação que Paraná é um estado, o restante da oração não foi prejudicado)
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Complemento nominal – o que é e como identificar?

O complemento nominal é um termo integrante da oração que completa o sentido de certos nomes (substantivo, adjetivo ou advérbio terminado em -mente).

É obrigatoriamente regido por preposição e normalmente tem valor semântico passivo, ou seja, a ação recai sobre ele. Exemplo:

– Temos certeza da vitória.

O complemento nominal é da vitória, pois liga-se ao substantivo certeza, está acompanhado da preposição de e tem valor semântico passivo, pois quem tem a certeza (sujeito agente) é o sujeito oculto nós.

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Oração: termos essenciais, integrantes e acessórios

Os termos da oração são palavras ou grupo de palavras que exercem alguma função sintática dentro da oração. São divididos em:

  • Termos essenciais (sujeito e predicado)
  • Termos integrantes (complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva)
  • Termos acessórios (adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto)

Termos essenciais da oração

São termos essenciais da oração o sujeito e o predicado.

1. Sujeito

O sujeito é o ser ou fato sobre o qual o predicado faz uma declaração. Também é o responsável pela conjugação do verbo e recebe várias classificações.

a) Sujeito simples: é o que apresenta apenas um núcleo explícito.

– Sua atitude foi brilhante.

b) Sujeito composto: é o que apresenta mais de um núcleo explícito.

Os professores e os alunos reuniram-se no ginásio.

c) Sujeito oculto, elíptico ou desinencial: é o que apresenta um núcleo implícito, mas que pode ser identificado facilmente por meio da desinência do verbo.

– Chegamos atrasados à festa. (sujeito oculto: nós)

d) Sujeito indeterminado: é aquele cujo núcleo é desconhecido e impossível de identificar mesmo o verbo indicando que houve uma ação praticada por alguém. 

– Disseram que você briga muito na escola. (Alguém disse, mas quem?)

e) Sujeito oracional: é aquele que aparece em forma de oração.

– Nota-se que todos gostam de você.

f) Sujeito inexistente (oração sem sujeito): ocorre em orações com verbos impessoais. É o único caso em que este termo essencial não aparece.

– Choveu muito durante o show.

2. Predicado

O predicado é o conjunto de todos os termos da oração, com exceção do sujeito e do vocativo. É tudo o que se declara sobre o sujeito (quando ele existe).

Em 2020, o mundo foi tomado por uma pandemia. (sujeito: o mundo)

Faz muito calor no Rio de Janeiro. (oração sem sujeito – tudo é predicado)

O predicado pode ser classificado em:

a) Predicado nominal: é aquele cujo núcleo da afirmação está contido no nome (substantivo, adjetivo, pronome), não no verbo. É constituído sempre de: verbo de ligação + predicativo do sujeito.

– Nossa casa é lindíssima!

b) Predicado verbal: é aquele cujo núcleo é qualquer verbo que não seja de ligação, ou seja, apresenta verbo nocional.

– Todos nós assistimos ao lançamento da Marvel.

c) Predicado verbo-nominal: é aquele cujos núcleos são um verbo nocional + um nome (esse nome será predicativo do sujeito ou do objeto).

– Os jogadores corriam exaustos.

Termos integrantes da oração

São termos integrantes da oração aqueles que completam o sentido de certos verbos ou nomes, como fazem os complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), o complemento nominal e o agente da passiva.

1. Complementos verbais

São complementos do verbo o objeto direto e o objeto indireto.

a) Objeto direto: complementa o sentido de um verbo sem o auxílio de uma preposição.

– A chuva intensa prejudicou a navegação.

b) Objeto indireto: complementa o sentido de um verbo com o auxílio de uma preposição.

– Ele não confia em você.

2. Complemento nominal

O complemento nominal liga-se a um nome, o qual pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio de base adjetiva, a fim de complementar o seu sentido. É obrigatoriamente regido de preposição.

– Tenho necessidade de proteção.

3. Agente da passiva

O agente da passiva é o termo que complementa um verbo na voz passiva analítica. É obrigatoriamente regido pelas preposições por ou de.

– Os nadadores foram aplaudidos pelo público.

Termos acessórios da oração

Os termos acessórios da oração desempenham função secundária na oração, sendo dispensáveis à construção de sentido dela. São eles o adjunto adnominal, o adjunto adverbial e o aposto.

1. Adjunto adnominal

O adjunto adnominal é o termo acessório que delimita o sentido de um substantivo, caracterizando-o. É representado pelas seguintes classes gramaticais: artigo, adjetivo, locução adjetiva, pronome adjetivo, numeral adjetivo.

O poeta inovador enviou dois longos trabalhos ao seu amigo de infância.

O (artigo) e inovador (adjetivo) caracterizam o substantivo poeta;

dois (numeral) e longos (adjetivo) caracterizam o substantivo trabalhos;

o (artigo), seu (pronome adjetivo) e de infância (locução adjetiva) caracterizam o substantivo amigo.

2. Adjunto adverbial

O adjunto adverbial é o termo que indica a circunstância expressa pelo verbo. Na prática, todo advérbio e toda locução adverbial exercem função sintática de adjunto adverbial, o qual pode expressar muitas as circunstâncias, sendo as mais comuns as de: tempo, modo, lugar, causa, assunto, meio, instrumento, afirmação, negação, dúvida, intensidade, finalidade, companhia, condição e concessão.

Hoje é feriado. (tempo)

– Todos correram de medo. (causa)

– A esposa trabalha bastante. (intensidade)

3. Aposto

O aposto é um termo de valor substantivo que explica, especifica, amplia ou resume um termo sintático antecedente. Pode ser classificado em:

a) Aposto explicativo: amplia o significado do antecedente. Sempre vem isolado por pontuação.

– Neymar, o maior jogador do Brasil hoje, atualmente joga pelo Paris Saint-Germain.

b) Aposto especificativo: possui o mesmo valor semântico do antecedente e não é isolado por pontuação.

– O escritor Machado de Assis era carioca. 

c) Aposto enumerativo: enumera as partes que constituem o antecedente. Aparece após vírgula, dois-pontos ou travessão.

– Nas férias, visitei três países: Itália, França e Inglaterra.

d) Aposto resumidor: sintetiza o que foi dito anteriormente. Normalmente é um pronome indefinido.

– O sorriso, a voz, a educação, tudo nela encantava.

e) Aposto distributivo: normalmente, retoma dois ou mais termos anteriores.

– Tenho dois investimentos: um em renda fixa, outro em renda variável, 

f) Aposto de oração: refere-se a uma oração inteira.

– O furacão destruiu toda a cidade, fato lamentável.

Vocativo x aposto

Vocativo é usado para evidenciar o ser chamado ou ao qual se apela, isto é, indica a invocação de algo ou alguém. Deve sempre ser isolado por vírgula e pode se deslocar pela oração. Exemplos:

Mãe, pega a tolha pra mim!

– Que paz você me traz, ó mar!

Diferentemente do aposto, o vocativo não pertence à estrutura sintática da oração, ou seja, não se liga ao verbo nem ao nome, tampouco integra o sujeito ou o predicado. Portanto, ele não é considerado um termo da oração, apesar de ser tradicionalmente explicado na seção de termos acessórios da oração em muitas gramáticas.

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Numeral: conceito, classificação e exemplos

Numeral é, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, a classe gramatical que usamos para indicar uma quantidade exata de pessoas ou coisas ou para assinalar o lugar que elas ocupam numa série.

Os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos, fracionários ou coletivos. Neste artigo, vamos falar de cada uma dessas classificações e mostrar como e quando utilizar esses termos. Também vamos falar sobre as funções morfológica e sintática dessas palavras. Vejamos!

Classificação dos numerais

Os numerais são classificados em cinco tipos. Vamos analisar cada um deles mais detalhadamente.

Cardinais

Os numerais cardinais são aqueles que representam uma quantidade de seres ou coisas:

  • 2 – dois;
  • 16 – dezesseis;
  • 60 – sessenta;
  • 745 – setecentos e quarenta cinco;
  • 1.389 – mil trezentos e oitenta e nove.

Vale destacar que nossos numerais são de origem árabe. Por isso, são chamados de algarismos arábicos.

Na língua portuguesa, contudo, também usamos os algarismos romanos (I, IV, DC, LX, etc.). Esse tipo de numeral, por convenção, é considerado ordinal até X (décimo/décima) e cardinal a partir de XI (onze). Vejamos:

  • Papa João Paulo II (João Paulo Segundo);
  • Papa Pio XII (Papo Pio Doze).
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De novo x Denovo: junto ou separado?

A forma correta é de novo, separado. Essa expressão é sinônima do advérbio novamente. A palavra denovo não existe na língua portuguesa e, por isso, não deve ser utilizada.

Neste artigo, vamos analisar quando e como utilizar essa expressão. Vejamos!

Locução adverbial

A expressão de novo é escrita separada por ser uma locução adverbial. Nesse sentido, ela é formada pela combinação da preposição “de” com o adjetivo “novo”.

Essa locução expressa o modo ou a circunstância em que determinada ação ocorre. Ela traz a ideia de repetição ou de regularidade.

Exemplos com de novo

  • Para entender bem uma matéria, é preciso estudá-la de novo.
  • De novo, você se comportou bem. Por isso, vai ser premiado.
  • Entrei de novo na casa para ver se não tinha esquecido nada.
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Análise sintática na prática!

Análise sintática na prática

O objetivo deste texto é mostrar o passo a passo de uma análise sintática. Vamos lá!

PERÍODO: As redes estaduais poderão fazer adaptações preliminares, já que o Ministério da Educação condiciona a implementação de pontos da reforma à conclusão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

1º PASSO: Identificar o número de orações

Para fazer isso, é necessário encontrar os verbos.

As redes estaduais poderão fazer adaptações preliminares, já que o Ministério da Educação condiciona a implementação de pontos da reforma à conclusão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Identificamos dois verbos. Ou melhor, uma locução verbal (poderão fazer) e um verbo (condiciona).

2º PASSO: Analisar cada oração separadamente

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