Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

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Apesar de isso x Apesar disso – quando usar cada um?

A forma correta é “apesar de isso” ou “apesar disso”? As duas expressões estão corretas e podem ser utilizadas na língua portuguesa.

Entretanto, é necessário entender quando usar cada uma delas na construção de uma frase ou texto. No artigo de hoje, vamos fazer uma análise completa do assunto. Acompanhe!

Quando utilizar a expressão “apesar de isso”?

A expressão “apesar de isso” deve ser utilizada se não houver contração, ou seja, quando a preposição é seguida de uma oração infinitiva. Isso acontece sempre que a preposição “de” estabelece uma conexão com o verbo e não com o artigo ou pronome. Observe alguns exemplos:

  • Apesar de isso ser fundamental para a empresa, eu não concordo.
  • Apesar de isso ser verdade, eu não aprovo a sua atitude.
  • Apesar de isso ser um terno elegante, eu não o usarei. 

Para uma melhor compreensão, nos exemplos destacados acima, usamos “ser fundamental”, “ser verdade”, “ser um terno elegante”, ou seja, temos uma oração reduzida de infinitivo e, em razão disso, não podemos juntar “de” e “isso”.

A justificativa é que o pronome demonstrativo “isso” funciona como sujeito do verbo no infinitivo. Como o sujeito não pode ser preposicionado, não é possível realizar a contração com a preposição “de”. 

Para deixar mais claro, veja abaixo outros exemplos com outros termos no lugar de “isso”:

  • Apesar de o Gabriel ser um excelente funcionário, não foi promovido.
  • Apesar de a Gabriella ser apaixonada pelo Caio, ele não quer namorar.
  • Apesar de este colaborador não ter trazido resultados, nós continuaremos com ele.

Com esses exemplos, destacamos que, não havendo contração, devem ser utilizadas as formas: de a, de o, de este, de esta, de isto, de essa, de esse, de isso, de aquela, de aquele, de aquilo e ainda os plurais que admitem a flexão em número, como: de os, de as, de estas, de estes, e assim por diante. 

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Com nós x Conosco – quando usar cada um?

As pessoas comentam às vezes com razão: “é igual, só que é diferente”. O caso do uso de “com nós” e do “conosco” é meio assim. Ambas as construções são corretas, mas, também como se ouve por aí, “cada macaco no seu galho”. Moral da história: cada expressão tem um jeito certo de usar.

As opções – “com nós” e “conosco” – devem ser usadas em situações diferentes. Tudo é uma questão de referência. Observe:

Quando usar “com nós”?

Nas sentenças em que o pronome “nós” está referenciado (definido) por um grupo (pelo menos um par) de pessoas que completam (ou reforçam) de quem está se falando. Veja como, nos exemplos a seguir, “nós” se conecta às ideias de “duas” e de “todos”:

  • Você vem à praia com nós duas?
  • Fique aqui com nós todos!

Então, guarde consigo: a expressão é obrigatoriamente seguida de um numeral ou de palavras como: mesmos, mesmas, próprios, próprias, todos, todas, outros, outras, ambos, ambas. Exemplos:

  • A professora ficou brava com nós todos.
  • Devemos ficar felizes com nós mesmas.
  • Ele está flertando com nós três!
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À exceção de x Com exceção de – quando usar cada um?

A protagonista desse texto é, mais uma vez, a danadinha da crase. Voltamos a esse tema até porque, à exceção dele, muito pouca coisa causa tantas dúvidas na Língua Portuguesa.

É o caso da própria locução “à exceção de”, que inicia com a crase pela contração da preposição “a” com o artigo “a”. Como diria a professorinha: “crase há!”. Mas por que, se é equivalente à expressão “com exceção de”, que nem artigo tem?

A analogia faria sentido se aplicada a regrinha prática de verificação da existência de crase antes de substantivos femininos, aquela cuja dica é substituir a palavra feminina por uma masculina de mesmo valor semântico, como em “Vou à cidade”/“Vou ao centro”.

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Tudo sob controle x Tudo sobre controle – qual a forma correta?

Tanto “tudo sob controle” quanto ” tudo sobre controle” são construções possíveis na língua portuguesa. Contudo, elas têm significados e usos bem distintos. Neste artigo, vamos mostrar quando utilizar cada uma. Vejamos!

Quando usar “tudo sob controle”?

A expressão “tudo sob controle” indica que as ações estão ocorrendo conforme planejado. A preposição sob quer dizer debaixo, ou seja, ela mostra que tudo está debaixo do controle de alguém. Vejamos alguns exemplos:

  • Fique tranquilo! Está tudo sob controle.
  • As tropas podem avançar, pois está tudo sob controle.
  • Você tem certeza de que a situação já está sob controle?
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Dar, dá e da – quando usar cada termo?

Os termos dar, e da existem na língua portuguesa, mas são utilizados em contextos diferentes. Neste artigo, vamos mostrar como e quando usar cada um. Vejamos!

Quando usar “dar”?

O vocábulo “dar” é um verbo no infinitivo, uma das formas nominais do verbo:

  • Para este projeto dar certo, todos vão precisar se empenhar.
  • No seu aniversário, vou te dar um presente especial.
  • Você pode me dar um conselho por favor?
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5 classificações do vocábulo “a”

O vocábulo “a” pode exercer diferentes funções na língua portuguesa. Neste artigo, vamos detalhar as 5 classificações que esse termo pode ter. Vejamos!

1) Artigo

Quando é usado para determinar o substantivo, o “a” atua como artigo definido feminino. Vejamos alguns exemplos:

  • A casa foi vendida no mês passado.
  • Passei o presente para a menina.
  • Você pode abrir a porta, por favor?
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Regência nominal – o que é, principais casos e exemplos

Regência nominal é a relação entre substantivo, adjetivo ou advérbio e seus possíveis complementos, o que geralmente ocorre por meio de preposição.

Exemplos de regência nominal:

– O acesso aos comprovantes se dá por meio do aplicativo. (substantivo acesso pede a preposição a)

– O professor está orgulhoso de seus alunos. (adjetivo orgulhoso pede a preposição de)

– O guerreiro reagiu favoravelmente a seus adversários. (advérbio favoravelmente pede a preposição a)

Como existem inúmeros casos de regência nominal, veja a seguir algumas dicas que podem te ajudar a deduzir a regência de um nome.

Nome derivados de verbos

Muitos nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Portanto, conhecer o regime de um verbo significa conhecer o regime dos nomes cognatos na maioria das vezes.

Um bom exemplo é o verbo obedecer. Tanto ele quanto os nomes derivados dele são regidos por complementos introduzidos pela preposição a. Observe:

– Quem obedece, obedece a algo ou a alguém. (Regência verbal)

– Quem é obediente, é obediente a algo ou a alguém. (Regência nominal)

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Preposição – definição e classificações

O que é preposição? É a palavra invariável que tem como função estabelecer uma relação entre dois termos de uma oração.

Nesse sentido, segundo Celso Cunha e Lindley Cintra, as palavras conectadas passam a funcionar de tal modo que a primeira (antecedente) é explicada ou completada pela segunda (consequente). Vejamos alguns exemplos:

  • Vou a Brasília.
  • Eles saíram do carro.
  • O gato entrou pela janela.

Neste artigo, vamos falar mais sobre essa classe gramatical. Vejamos!

Índice do artigo:

Semântica e Sintaxe

De acordo com Fernando Pestana, do ponto de vista semântico, a preposição estabelece determinadas relações de sentido, que são dependentes do contexto. Afinal, por si só, a preposição é vazia de sentido. Vejamos alguns exemplos:

  • Joana falou a Jorge.
  • Joana falou após Jorge.
  • Joana falou contra Jorge.
  • Joana falou de Jorge.
  • Joana falou sobre Jorge.

Percebeu como a troca do conectivo alterou o sentido da frase?

Já do ponto de vista sintático, é importante destacar que as preposições não exercem função sintática alguma. Contudo, elas participam do sistema de transitividade verbal e nominal, introduzindo os complementos. Vejamos:

Eu discordo dos seus argumentos. (introduz o complemento verbal)

Esse tipo de programa é impróprio para menores de idade. (introduz o complemento nominal)

Pestana reforça que o papel da preposição é subordinar um termo a outro. Dessa forma, o primeiro (que vem antes do conectivo) é subordinante, e o segundo (que vem após o conector) é subordinado.

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As 10 classes gramaticais

Devido a uma semelhança morfológica, as palavras de nossa língua são divididas em dez classes gramaticais, também chamadas de classes de palavras.

Essas classes são: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. Vejamos uma por uma a seguir.

Flexão das palavras

Quanto à flexão, as dez classes gramaticais se dividem em variáveis e invariáveis:

  1. Variáveis – são as palavras que variam em:
  • gênero e número: substantivo, adjetivo, artigo e numeral;
  • pessoa, gênero e número: pronome;
  • pessoa, número, modo, tempo e voz: verbo.
  1. Invariáveis – são as palavras que não apresentam flexões: advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

1. Substantivo

O substantivo é a palavra que nomeia tudo o que existe ou o que imaginamos existir. 

Quanto à forma, pode ser classificado em:

a) primitivo: pedra, motor, trovão.

b) derivado: pedreira, motorista, trovoada.

c) simples: fruta, pão, granjeiro, chuva, pedra.

d) composto: fruta-pão, hortifrutigranjeiro, chuva-de-pedra.

Quanto à significação, pode ser classificado em:

a) comum: homem, mulher, rio, remédio, cidade.

b) próprio: Jonas, Vanessa, São Francisco, Neosaldina, São Paulo.

c) abstrato: ódio, amor, beijo, toque, fé.

d) concreto: chuva, relógio, luz, Deus, Diabo.

e) coletivo: boiada, rebanho, tropa, vara, horda.

Quanto à flexão, pode apresentar:

a) Flexão em gênero: o substantivo pode ser masculino ou feminino. Exemplos: 

– gato, gata / homem, mulher / o jacaré macho, o jacaré fêmea.

b) Flexão em número: o substantivo pode ser singular ou plural. Exemplos:

– gato, gatos / homem, homens / mulher, mulheres.

Quanto à variação em grau, pode apresentar:

a) grau aumentativo: homem grande, homenzarrão, casa gigante, casarão.

b) grau diminutivo: homem miúdo, homenzinho, casa pequena, casinha.

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Junto a, junto de ou junto com – qual a forma correta?

As locuções junto a e junto de estão corretas. Elas são sinônimas de “perto de” ou “ao lado de”. Vejamos alguns exemplos:

  • O castelo fica junto ao rio.
  • O castelo fica junto do rio.
  • O anexo 4 fica junta à torre norte.
  • O anexo 4 fica junto da torre norte.

Já a expressão junto com é redundante e não deve ser utilizada. Recomenda-se usar somente a preposição “com”. Vamos analisar as frases abaixo:

  • Fui ao cinema junto com Patrícia. (redundante)
  • Fui ao cinema com Patrícia. (correta)

Mau uso de “junto a” e “junto de”

As expressões junta a e junto de não devem ser usadas no lugar de “com”, “a”, “de”, “em” e “entre”. Vejamos alguns exemplos desses mau usos:

  • A questão será resolvida junto à diretoria. (Errado)
  • A questão será resolvida com a diretoria. (Certo)
  • Pediu um financiamento junto à instituição bancária. (Errado)
  • Pediu um financiamento à instituição bancária. (Certo)
  • A empresa comprou o produto junto ao fornecedor. (Errado)
  • A empresa comprou do fornecedor o produto. (Certo)
  • Mariana entrou com recurso junto ao juizado. (Errado)
  • Mariana entrou com recurso no juizado. (Certo)
  • O discurso repercutiu bem junto aos eleitores. (Errado)
  • O discurso repercutiu bem entre os eleitores. (Certo)
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