O correto é “volta às aulas“, com crase. Neste artigo, vamos explicar por que devemos utilizar o acento grave nesse caso. Vejamos.
Regência do verbo voltar
Quando é utilizado no sentido de regressar ou retornar, voltar é um verbo transitivo indireto. Isso significa que ele demanda o uso da preposição “a”.
Essa transitividade é transferida para o substantivo volta, que é derivado do verbo. Por isso, ele também pede a preposição.
Assim, temos o encontro da preposição “a” com o artigo definido feminino no plural “as”, que acompanha o substantivo “aulas”. Esse encontro caracteriza um caso de crase. Vamos esquematizar esse processo:
Volta a + as aulas (a + as = às). Logo, volta às aulas.
Vale destacar que, nessa construção, o termo “às aulas” é complemento nominal do substantivo abstrato “volta”.
O leitor Álvaro Bangui nos enviou uma instigante dúvida: qual é a diferença entre as palavras APÓS e DEPOIS? Neste artigo, vamos explicar o que diferencia esses dois termos e explicar quando usar cada um. Vamos lá!
Sinônimos
Primeiramente, é preciso destacar que as duas palavras podem ser usadas como sinônimas. Porém, como se sabe, não existe sinonímia perfeita, ou seja, as palavras nunca são completamente intercambiáveis, porque sempre há algumas nuances de sentido que as diferenciam.
Preposição x Advérbio
A grande diferença entre após e depois reside na classificação gramatical. APÓS pode funcionar como preposição, quando tem o significado de “depois de”, “em seguida a”:
ex: Após a festa, fomos ao restaurante.
APÓS também pode agir como advérbio, quando o sentido é “depois” ou “atrás”.
ex: Minha casa fica após a padaria.
Já o vocábulo DEPOIS exerce somente a função de advérbio de tempo ou de lugar, significando “mais tarde” ou “mais longe”.
ex1: Depois que você terminar o dever de casa, poderá sair para jogar bola.
Pergunta do leitor: Pode utilizar a seguinte frase: “vou à praia, o cinema e a aula”? Ou necessariamente deverá ser escrito “vou à praia, ao cinema e à aula” ou “vou a praia, cinema e aula”.
Resposta
Um fator que deve ser um ponto de atenção na hora de escrever é o chamado paralelismo. Esse é o nome que se dá ao uso de estruturas idênticas ou similares. Um texto bem construído deve prezar pelo paralelismo, como forma de obter uma estrutura coerente e coesa. Dito isso, vamos analisar a dúvida do leitor.
CASO 1– Vou à praia, o cinema e a aula.
Aqui encontramos uma quebra do paralelismo, mais especificamente, do paralelismo sintático. O objeto indireto deve sempre estar ligado ao verbo pela preposição. Isso se aplica também nos casos em que há mais de um objeto direto. Então, o mais correto seria:
Quem nunca sofreu (ouvindo ou falando) falando mim no lugar de eu? Esse é um dos equívocos mais comum na língua portuguesa. Então, vamos desfazer essa confusão.
Quando usar “eu”?
“Eu” é um pronome pessoal do caso reto. Segundo as regras gramaticais, ele deve sempre ser usado como sujeito das orações, indicando quem realiza a ação. Vejamos alguns exemplos:
Eu fui ao colégio ontem à tarde.
Isso é para eu fazer ou para você fazer?
Se fosse eu, não iria à essa festa.
Quando usar “mim”?
Já “mim” é classificado como um pronome pessoal do caso oblíquo. Dessa forma, ele aparecerá nas orações na função de complemento nominal ou de objeto indireto, o que significa que sempre virá precedido de uma preposição.
Vamos conferir alguns casos de uso desse termo:
Você sentiu muito falta de mim quando viajou?
Para mim, é importante que todos estudem com disciplina.
Suas palavras doeram em mim.
Para eu ou para mim?
As duas formas são possíveis na língua portuguesa, mas devem ser utilizadas em situações diferentes. Vamos analisar cada caso.
Quando usar “para eu”?
Nesse caso, você deve se lembrar da seguinte regra: pronome oblíquo não conjuga verbo, ou seja, quando estivermos indicando o sujeito de um verbo, devemos utilizar “eu”, porque “mim“ não faz coisa alguma.
Uma dica preciosa é ficar de olho nos verbos no infinitivo, aqueles terminados em -ar, -er, -ir, -or:
Para eu fazer isso, é preciso que você me ajude.
Para eu ir bem na prova, eu preciso resolver muitas questões.
Isso é para eu lembrar de nunca dormir tarde em semana de prova.
Quando usar “para mim”?
Usamos “para mim”, quando o pronome oblíquo for complemento de um termo que pede a preposição “para”:
Márcio comprou um presente para mim.
Juca escreveu uma carta para mim.
Note que a expressão “para mim” pode vir deslocada quando ocorre alguma inversão da ordem direta em uma frase:
Para mim, é fundamental chegar cedo no trabalho.
Colocando a frase na ordem direta, temos: “Chegar cedo no trabalho é fundamental para mim.”
Muitas vezes, é complicado acertar a concordância em frases com sujeitos que possuem adjuntos adnominais longos.
Ex.: A falta crônica de água de esgoto e de escola nas periferias são um problema para a humanidade.
Para evitar esse equívoco, basta se lembrar que sujeito nunca vem acompanhado de preposição. NUNCA!
Como acertar a concordância?
Para acertar a conjugação, vamos identificar as preposições. Vejamos:
Ex²: A falta crônica de água de esgoto e de escola nas periferias é um problema para a humanidade.
Perceba que o único termo não preposicionado é “falta”, logo estamos diante de um sujeito simples. Então a conjugação correta do verbo ser é:
ex³: A falta crônica de água de esgoto e de escola nas periferias é um problema para a humanidade.
Preposição “de”
Outro erro comum que envolve sujeito preposicionado é a equivocada contração da preposição “de” com o artigo definido masculino “o” que compõem o sujeito de uma oração. Vejamos um exemplo:
Já é hora dos deputados votarem o projeto. (errado)
Já é hora de os deputados votarem o projeto. (certo)
Existe algum caso de sujeito preposicionado?
Para terminar, vale ressaltar que alguns gramáticos mais antigos, como Rebelo Gonçalves e de Eduardo Carlos Pereira, consideravam legítima a contração da preposição com o artigo que inicia o sujeito de uma oração.
Em outras palavras, esses estudiosos chancelavam um caso de sujeito preposicionado.
ex: Amanhã é dia dele ir à academia.
Destaca-se, contudo, que atualmente esse tipo de construção é vista pela maioria dos gramáticos como uma infração da norma culta. Por isso, deve ser evitada.
O português é realmente um idioma incrível com vasta literatura e uma gramática rica. Seguimos com o objetivo de esclarecer suas questões nessas áreas.
Nosso texto de hoje é para sanar suas dúvidas, caso existam, sobre as locuções prepositivas.
Aqui é possível descobrir como usar cada uma delas e ver exemplos práticos que podem tornar mais fácil a compreensão.
Vamos aos fatos!
Locução prepositiva: o que é?
Locução é a junção de duas ou mais palavras cumprindo alguma função morfológica.
E a locução prepositiva é o conjunto de duas ou mais palavras exercendo o valor de preposição, conseguindo assim conectar os termos da frase.
O último vocábulo dessa construção sempre será uma preposição.
Exemplos de locuções prepositivas
a cerca de;
a despeito de;
à exceção de;
a fim de;
à mercê de;
a par de;
a partir de;
à proporção de;
a respeito de;
à volta de;
abaixo de;
acerca de;
acima de;
além de;
antes de;
ao encontro de;
ao invés de;
ao lado de;
ao nível de;
ao ponto de;
ao redor de;
ao sabor de;
apesar de;
aquém de;
às custas de;
às expensas de;
atrás de;
através de;
cerca de;
com respeito a;
com vista a;
de acordo com;
de cima de;
de encontro a;
debaixo de;
defronte de;
dentro de;
depois de;
diante de;
em conformidade com;
em face de;
em frente de;
em função de;
em lugar de;
em meio a;
em nível de;
em proporção com;
em redor de;
em torno de;
em vez de;
em via de;
em volta de;
fora de;
graças a;
junto a;
junto de;
longe de;
perto de;
por baixo de;
por causa de;
por cima de;
por diante de;
por meio de;
por trás de;
quanto a;
tirante de
Contração e Combinação: Entenda a diferença
As preposições a, em, per e de podem se unir a outros termos, formando um novo vocábulo. Essas locuções podem se originar de dois processos distintos: combinação e contração.
Para entender a diferença entre as duas, vamos exemplificar.
Contração
A combinação ocorre quando a preposição se une a outra palavra sem sofrer alteração na sua grafia.
Ex: Ele foi ao supermercado. (ao = preposição “a” + artigo “o”);
Ex: Entreguei o presente aos meninos. (aos = preposição “a” + artigo “os”)
Combinação
A contração acontece quando há uma modificação na estrutura fonológica da preposição.
Ex: Chegou no lugar planejado. (no = preposição “em” + artigo “o”);
Ex: Ele foi à feira. (à = preposição “a” + artigo “a”);
Ex: Ela passou pela praça. (pela = preposição “per” + artigo “a”);
Ex: Essa casa é da moça. (da = preposição “de” + artigo “a”).
Veja alguns exemplos do uso das locuções prepositivas
Seguem exemplos para ficar mais claro:
Novos horários são válidos a partir de hoje.
O RH conversou com os colaboradores acerca das normas.
Conseguiremos realizar o evento graças aos patrocínios recebidos das empresas.
A mente da população vai se modificando através dos anos.
Apesar de já ter acabado, o plantão me deixou cansada.
Sobre o e-mail, nossa reunião será a respeito disso.
De acordo com as pesquisas, o candidato à reeleição deve vencer.
Por causa de um apagão, tivemos vários atrasos.
Todos temos muito respeito para com eles.
Só por baixo do meu cadáver!
Para conservar os alimentos, mantenha a temperatura abaixo de 18 graus.
Podemos passar adiante de vocês?
O gato se deitou embaixo da cadeira.
Diante de tudo isso, me sinto mais inspirada.
Além de ser caro, o atendimento é ruim no restaurante.
Antes de sair, pegue a carteira, as chaves e o celular.
No caso da locução adverbial, o conjunto possui o sentido de advérbio.
Enquanto na locução prepositiva, o conjunto corresponde a uma preposição.
Como distinguir entre as duas? Muito simples, se a última palavra do conjunto for preposição, é locução prepositiva, mas se a última palavra do conjunto for um advérbio, ela então será locução adverbial.
Basta prestar atenção aos detalhes, que ficam simples de descobrir.
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