Estudar para concursos exige disciplina, constância e foco. Mas como cultivar essas virtudes em meio a tantas distrações e desânimos? Uma inspiração pouco lembrada vem da vida dos santos, que transformaram suas rotinas em verdadeiras escolas de virtude.
Este artigo apresenta cinco lições práticas desses grandes mestres espirituais para preparação para concursos públicos. Longe de estarem ultrapassados, seus conselhos oferecem um caminho sólido para quem busca não apenas aprovação em concursos e bons resultados acadêmicos, mas também crescimento pessoal e espiritual. Vejamos!
1. São Josemaria Escrivá: a virtude da ordem
Escrivá, chamado de “o santo do cotidiano”, ensinava que a ordem exterior nasce da ordem interior. Nesse sentido, para ele, a forma como organizamos nosso ambiente, tempo e rotina é um reflexo direto do estado da alma e da vida de oração. Como dizia: “Deus é ordem.”
Ele propunha um caminho em três camadas:
- Oração: organizar a vida espiritual, talvez com uma agenda de momentos fixos de oração.
- Tempo: estruturar uma rotina equilibrada e consistente.
- Espaço: manter materiais, mesa e ambiente de estudo organizados.
Essa estrutura não é mero capricho: é um ato de amor a Deus e uma condição para clareza mental. Como bem ressalta o Santo: “Ordem, para que cada coisa esteja em seu lugar, e cada tarefa em seu tempo.”
2. São Tomás de Aquino: a virtude da fé
Para o Doutor Angélico, estudar pode ser um ato de oração. Afinal, o intelecto, dom divino, deve ser usado não para vaidade ou glória pessoal, mas por amor à verdade e ao bem dos outros.
Ele sugeria uma rotina em três passos simples:
- Antes: rezar pedindo compreensão (Oração do Estudante).
- Durante: manter a intenção de servir e conhecer melhor a Deus com o estudo.
- Depois: agradecer pela luz recebida.
Com isso, o estudo deixa de ser uma tarefa centrada no ego e se torna uma busca humilde pela sabedoria. Como bem sublinha Agostinho: “Estudamos não para saber mais, mas para saber melhor.”
3. Santo Inácio de Loyola: a virtude da constância
Inácio ensinava que nossa vida interior oscila entre dois estados:
- Consolação: momentos de fervor, alegria e motivação.
- Desolação: períodos de aridez, desânimo e secura espiritual.
O erro comum é agir apenas no entusiasmo da consolação e desistir na secura da desolação. O segredo inaciano, portanto, é não fazer mudanças na desolação e permanecer fiel a pequenas práticas constantes, mesmo quando não se sente nada.
Essa visão é um antídoto para a mentalidade moderna do “tudo ou nada”, que leva ao burnout ou ao brain rot. O caminho, assim, não é criar metas gigantescas e insustentáveis, mas perseverar em rotinas simples e firmes, dia após dia. Nesse sentido, o mestre nos faz a seguinte advertência: “Em tempos de desolação, nunca faça mudanças.”
4. São Bernardo de Claraval: a virtude do silêncio
Para Bernardo, o silêncio é condição para a verdadeira sabedoria. Nesse contexto, sem aprender a silenciar tanto o ambiente exterior quanto o barulho interior, não é possível ouvir a voz de Deus nem absorver profundamente o conhecimento.
No mundo moderno, isso significa cultivar um silêncio ativo, que não é vazio, mas espaço de escuta e reflexão. Para isso, você pode:
- Desligar notificações.
- Criar um “deserto digital”, reservando períodos sem redes sociais.
- Fazer pausas silenciosas para consolidar o que foi estudado.
Esse tipo de silêncio abre espaço para a contemplação e o aprendizado real. Como bem disse o Santo: “A sabedoria entra pelo ouvido recolhido no silêncio.”
5. Santo Agostinho: a virtude da humildade
Agostinho afirmava que não existe aprendizado verdadeiro sem humildade. O orgulho, segundo ele, “fecha os ouvidos da alma” e impede a abertura a novas ideias. O primeiro passo do progresso, dizia, é reconhecer com humildade que ainda não se sabe.
Essa mentalidade tem impacto em todas as áreas:
- Nos estudos: assumir a postura de aprendiz, sem medo de recomeçar do básico.
- Na vida espiritual: reconhecer que o Espírito Santo é o verdadeiro mestre.
- Nas relações: ouvir os outros sem arrogância intelectual, reconhecendo que qualquer pessoa pode nos ensinar algo.
Nesse sentido, vale relembrar a lição desse grande mestre: “Se você quer construir um edifício que toque o céu, primeiro lance os alicerces da humildade.”
Caminho atemporal para disciplina e sabedoria
Essas cinco lições não são apenas truques de produtividade, mas um caminho integrado para disciplina com propósito.
- Escrivá nos ensina a começar pela ordem.
- Tomás de Aquino, a transformar estudo em oração.
- Inácio, a perseverar com constância.
- Bernardo, a cultivar o silêncio.
- Agostinho, a viver a humildade.
Unindo esses princípios, encontramos um método sólido não apenas para passar em provas ou concursos, mas para crescer como pessoas e como cristãos.
E você? Qual desses segredos antigos mais fala ao seu coração hoje? E qual pequena mudança pode colocar em prática já nesta semana para transformar sua rotina de estudos?
Se quiser se aprofundar no tema, confira o vídeo abaixo: