A linguagem figurada, também conhecida como conotativa, é uma poderosa ferramenta de expressão que transcende o significado literal das palavras, permitindo transmitir ideias de forma mais criativa, emocionante ou memorável. Seja para simplificar conceitos complexos seja para adicionar um toque artístico ao texto, ela desempenha um papel vital na comunicação escrita e falada.
Neste artigo, vamos explorar o que é linguagem figurada, suas diferenças em relação à linguagem literal e os seis tipos mais comuns, acompanhados de definições e exemplos.
Além disso, daremos dicas práticas para usar essa ferramenta com eficácia em seus textos. Confira!
O que é Linguagem Figurada?
A linguagem figurada utiliza figuras de linguagem para expandir o significado das palavras, permitindo comparações criativas, exageros e personificações. Por exemplo, quando alguém diz que está com “borboletas no estômago”, não há borboletas reais ali. Trata-se de uma forma figurativa de descrever o nervosismo.
Essa abordagem é especialmente eficaz para envolver o leitor e tornar ideias abstratas mais acessíveis.
Na escrita narrativa, a linguagem figurada conecta o leitor com o texto de forma emocional. Já em contextos técnicos, como na ciência, ela pode simplificar conceitos difíceis. Por exemplo, a metáfora do átomo como um “sistema solar em miniatura” ajuda a visualizar sua estrutura sem aprofundar em física quântica.
Linguagem Literal x Linguagem Figurada
A linguagem literal, ou linguagem denotativa, transmite o significado exato das palavras, sem exageros ou criatividade, sendo ideal para textos acadêmicos, documentos legais e comunicações formais. Já a linguagem figurada utiliza dispositivos literários para criar imagens mentais, despertar emoções ou destacar ideias. Por exemplo:
- Literal: O atleta está se destacando no campeonato.
- Figurativa: O atleta está pegando fogo!
Por sua vez, a linguagem figurada, ou linguagem conotativa, exige interpretação, desafiando o leitor ou ouvinte a decifrar significados ocultos, o que a torna mais interessante em contextos criativos.
6 tipos de Linguagem Figurada com definições e exemplos
1. Símile
A símile consiste em uma comparação de dois elementos usando conectivos “como” ou “tal qual”. É uma maneira eficaz de criar relações entre ideias e conceitos.
Exemplo:
- Para passar naquela prova, Joaquim estudou como um condenado.
- A noite é tal qual uma onda que cobre de sombras a cidade.
2. Metáfora
A metáfora faz comparações, mas sem o uso de conectivos. Assim, trata-se de algo mais implícito, que exige do leitor a interpretação.
Exemplo:
- A procastinação é uma vilã na preparação para concursos.
- As ofensas são flechas que perfuram o respeito.
3. Personificação
A personificação atribui características humanas a objetos, animais ou conceitos abstratos. Isso contribui para tornar ideias complexas mais acessíveis.
Exemplo:
- O sol já viajou para o outro lado do mundo. Então é hora de dormir.
- A esperança sorriu diante das adversidades.
4. Hipérbole
A hipérbole consiste em exagero, uma ideia desmedida. Ela é usada para dar luz ou ênfase a um argumento. Dessa forma, essa figura de linguagem é usada para intensificar a mensagem.
Exemplo:
- Esperei a vida toda naquela fila.
- Aquela notícia me fez explodir de alegria.
5. Alusão
A alusão refere-se a algo amplamente conhecido, como uma obra literária, um evento histórico ou um elemento da cultura pop. É uma forma de enriquecer o texto com camadas de significado.
Exemplo:
- Sua prepotência é seu calcanhar de Aquiles.
- Rir é a criptonita do medo.
6. Expressões idiomáticas
Expressões idiomáticas são expressões culturalmente estabelecidas, cuja interpretação não é literal.
Exemplo:
- Está chovendo canivetes lá fora. (Para descrever uma chuva muito forte.)
- Meus estudos não estavam rendendo de forma alguma. Por isso, decidi jogar a toalha.” (Expressão que significa desistir.)
Como usar a Linguagem Figurada na escrita
Embora a linguagem figurada possa enriquecer um texto, é importante usá-la de forma estratégica. Confira quatro dicas para integrá-la com eficácia:
1. Use com moderação
Como temperos em uma refeição, a linguagem figurada deve ser usada com parcimônia. Exagerar pode tornar o texto confuso ou cansativo. Reserve essas figuras para os momentos-chave da narrativa.
2. Combina bem com humor
Figuras de linguagem, como a hipérbole, são excelentes para criar momentos cômicos. Exemplo: “Nunca tive tanto fome na vida. Poderia comer um boi agora!”
3. Cuidado nos diálogos
Embora a linguagem figurada seja comum na fala cotidiana, seu uso excessivo em diálogos pode soar artificial. Use com moderação, a menos que o exagero faça parte da personalidade do personagem.
4. Priorize a clareza
Evite que o uso da linguagem figurada complique ideias simples. Ela deve complementar, não substituir a clareza do texto.
A importância da Linguagem Figurada
A linguagem figurada é mais do que um recurso estético; ela desempenha um papel fundamental na forma como percebemos e interagimos com o mundo ao nosso redor. Ao torná-la parte do seu repertório de escrita, você poderá capturar a atenção do leitor, transmitir emoções profundas e simplificar conceitos complexos.
Portanto, experimente integrar esses seis tipos em seus textos e observe como eles se tornam mais envolventes e memoráveis.
Questões sobre Linguagem Figurada
Para fechar este artigo, vamos conferir duas questões de concursos públicos sobre o uso da linguagem figurada ou conotativa:
Questão 1: FUNATEC – 2024 – Prefeitura de Cururupu – MA – Agente Administrativo
Qual das alternativas apresenta um exemplo de conotação na frase?
a) O livro aberto estava sobre a mesa.
b) Ela é uma verdadeira leoa no trabalho.
c) Ele comeu um pedaço de bolo bem pequeno.
d) O carro está todo destruído na garagem.
Resposta: Letra B.
Comentário: Quando o avaliador diz que “ela é uma verdadeira leoa no trabalho”, ele não está dizendo que a mulher é um animal, mas sim que ela possui características de uma leoa, como a bravura, a coragem, a força, etc. Logo, estamos diante de uma metáfora, que é um dos tipos de linguagem figurada.
Questão 2: Instituto Consulplan – 2024 – Prefeitura de Santa Fé do Sul – SP – Professor de Educação Básica II – Língua Portuguesa
No contexto do texto, a expressão “Fechou os olhos e de repente… estava lá.” (1º§) é um exemplo de informalidade na língua porque:
a) Utiliza um jargão específico de uma área de estudo.
b) Substitui um termo técnico por uma expressão informal.
c) Apresenta um erro gramatical ao omitir um verbo auxiliar.
d) Usa uma expressão coloquial para descrever uma ação rápida e inesperada.
Resposta: Letra D.
Comentário: Nessa questão, estamos diante de uma expressão idiomática. Nessa contexto, dizer “fechou os olhos” é o mesmo que dizer “em um piscar de olhos”. Assim, o autor busca retratar a velocidade da ação realizada. Portanto, estamos diante de mais um caso de linguagem figurada ou conotativa.
