infarto, infarte, enfarto, enfarte

Qual a forma correta?

Existe na língua portuguesa um fenômeno chamado formas gráficas variantes. Trata-se de uma palavra que pode conter diferentes grafias. Todas elas reconhecidas e dicionarizadas. É o caso de enfarte, infarte, enfarto e infarto.

Todas as formas estão corretas e todas estão registradas no Vocabulário Oficial da Língua Portuguesa (Volp).

Qual a forma mais utilizada?

Fizemos uma pesquisa no site da Linguateca, no Corpus Brasileiro (que abarca uma série de registros da Língua Portuguesa no Brasil), e verificamos o seguinte ranking entre as grafias:

  • Infarto – 9.798 registros;
  • Enfarte – 381 registros;
  • Enfarto – 98 registros;
  • Infarte – 26 registros.

Por esse recorte, percebemos que a forma mais adotada pelos falantes da língua portuguesa no Brasil é, de longe, infarto.

Por que a grafia da palavra varia?

O fato da palavra ter quatro grafias distintos se deve ao fato de língua ser construída (e permanentemente transformada) pela história e pelo uso dos falantes. Assim, ela apresenta diferenças internas, que podem ser:

a) Sintrópica

A língua pode variar de um lugar para outro. Por exemplo, no Brasil é mais comum infarto, já em Portugal, enfarte é mais recorrente.

b) Diastrática

É a variação que a língua sofre por conta das diferenças socioculturais dos falantes. Por exemplo, o uso de jargões ou gírias, que são específicos de determinado grupo.

c) Diafásica ou sinfásica

Trata-se da variação linguística relacionada às diferentes situações de fala. Por exemplo, quando alguém morre, em um contexto popular, diz-se que esse indivíduo bateu as botas. Já em contexto médico, fala-se que ele veio a óbito.

d) Histórica

Há ainda as variações históricas. É o caso, por exemplo, da palavra você. Ela já foi escrita como vossa mercê, vosmecê até chegar à forma atual você.

Gostou do texto? Então, assista ao resumo que fizemos no vídeo abaixo:

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