Se você vai fazer alguma prova da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é quase certeza que vai se deparar com uma questão sobre a inversão de posição de termos coordenados. Nesse sentido, é fundamental conhecer o posicionamento da banca sobre esse tema para não perder pontos desnecessários.
Por isso, neste artigo, vamos analisar duas questões sobre esse tópico e mostrar a estatégia perfeita para resolvê-las. Confira!
O que são termos coordenados?
Termos coordenados são aqueles que se associam, mas sem depender do significado um do outro. Dito de outra forma, são termos independentes.
Nas palavras de Evanildo Bechara, “a coordenação (ou parataxe) caracteriza-se por associar duas ou mais unidades de um mesmo nível funcional sem que uma delas determine a outra. As unidades coordenadas mantêm a mesma função e pertencem ao mesmo estrato funcional, formando, assim, um conjunto sintático independente”.
Para deixar mais claro esse conceito, vamos ver dois exemplos:
- Paulo e Pedro são irmãos.
Na frase acima, os substantivos próprios “Paulo” e “Pedro” estão coordenados pela conjunção aditiva “e”.
Além de palavras, as orações também podem estar coordenadas. Vejamos:
- Marcela saiu cedo de casa, mas chegou atrasada no trabalhado.
Note que as orações conectadas pela conjução adversativa “mas” possuem sentido completo, não dependem uma da outra para existir:
- Marcela saiu cedo de casa.
- Chegou atrasada no trabalho.
Nesse contexto, dissemos que são orações coordenadas.
Posição da FGV sobre o tema
Agora vou lhe mostrar o pulo do gato para acertar todas as questões sobre inversão de termos coordenados da FGV. Para isso, basta você entender que, para a banca, a troca de lugar desses termos não altera o sentido do texto.
Vou repetir para você gravar no seu cérebro: para FGV, a troca de posição dos termos coordenados nunca, jamais, de forma alguma altera o sentido do texto.
Saber disso vai lhe garantir pontos precisosos na prova. Quer ver?
Questões sobre inversão de termos coordenados
Para provar o que eu disse antes, vamos conferir duas questões recentes da banca sobre o tema que estudamos neste artigo.
Questão 1: FGV – 2022 – PM-AM – Oficial de Saúde – Enfermagem
O Padre Antônio Vieira, nosso brilhante orador do século XVII, disse, em um de seus sermões:
“A vida e o tempo nunca param; e, ou indo ou estando, ou caminhando ou parados, todos sempre e com igual velocidade, passamos.”
Assinale a afirmação correta sobre a estruturação desse texto.
a) O ponto de partida do texto é a diferença entre a vida e o tempo.
b) O segmento “indo ou estando” está em perfeito paralelismo formal com “caminhando ou parados”.
c) A forma verbal “passamos” deveria ser substituída por “passam” já que seu sujeito é “todos”.
d) Os termos adverbiais “sempre” e “com igual velocidade” se referem a “todos”.
e) Os termos “sempre” e “com igual velocidade” podem trocar de posição entre si sem modificação do sentido.
Resposta: Letra E
Comentário: Viu só? A alternativa E traz exatamente o que falamos ali em cima: o troca de posição dos termos coordenados não muda o significado do texto. E, de fato, independente da ordem das expressões, o sentido continua o mesmo.
Mas nem sempre isso é tão claro assim, como você vai ver na próxima questão.
Questão 2: FGV – 2023 – SMF-RJ – Fiscal de Rendas
“A inteligência é o farol que nos guia, mas é a vontade que nos faz caminhar”.
Sobre os componentes estruturais dessa frase, é correto afirmar que:
a) as duas ocorrências do pronome pessoal obliquo nos” exercem a mesma função sintática;
b) os dois segmentos da frase estão ligados pela conjunção adversativa “mas”, que opõe, nos dois segmentos, respectivamente, as formas verbais “nos guia” e “nos faz caminhar”;
c) ao dizer que a inteligência é o “farol”, o autor utiliza uma metáfora, indicando um valor negativo da inteligência, já que nos encontramos perdidos como as embarcações no meio do oceano;
d) nos dois segmentos, a expressão “é que” tem valor expletivo, servindo como elemento de realce;
e) os dois segmentos da frase podem trocar de posição sem modificação do sentido original: “A vontade é que nos faz caminhar, mas a inteligência é o farol que nos guia”.
Resposta: Letra E
Comentário: Você vai me dizer: “Professor Pedro, quando eu mudo essas duas orações de lugar, eu altero o sentido, sim.” E eu concordo plenamente com você! Porém, como lhe disse antes, para a FGV, a inversão de posição de termos ou orações coordenadas nunca muda o significado do texto.
Polêmico? Sim. Demais! Mas não adianta lutar contra o entendimento da banca. Decore o posicionamento dela e siga em frente!
Referência
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.
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Confira a aula completa desse tópico abaixo:
