Muita gente considera que o português falado e o português escrito são línguas distintas. Eu concordo plenamente. E digo mais – a gramática normativa foi feita para o segundo e não para o primeiro.
Verdade que existe um campo do estudo da língua portuguesa que se dedica à pronúncia das palavras (prosódia). Porém, na minha opinião, a fala só deve ser corrigida se o erro produzir ruído na comunicação. Falar é uma construção em tempo real, logo é difícil você enquadrar em uma estrutura de normas.
Já a língua escrita é um caso totalmente diferente. Ela é, em essência, fruto de uma ação mais planejada. Assim, é um campo que se adéqua perfeitamente a um conjunto de regras. Além disso, quanto melhor for seu texto, mais organizado e coerente será seu raciocínio. Isso, naturalmente, vai refletir na forma de você falar.
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Você não precisa saber normas gramaticais para usar o português falado. Basta ver como uma criança fala o idioma sem nunca ter estudado a língua portuguesa. Já a língua escrita é algo posterior. Ela é indissociável da gramática. Quem não domina minimamente as regras não conseguirá utilizar de forma satisfatória e eficiente o português escrito.
Escrita e pensamento
A forma como você escreve reflete a organização dos seus pensamentos. Uma pessoa que produz um texto sem coerência e coesão demonstra também uma mente desorganizada e confusa. Já quem usa bem as regras gramaticais atesta um raciocínio analítico e conexo, com um encadeamento lógico das ideias.
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