Regência verbal – conceito e principais casos

Regência verbal é a relação entre o verbo e os seus possíveis complementos, o que pode ou não ocorrer com auxílio de preposição.

Regência verbal é a relação entre o verbo e os seus possíveis complementos, o que pode ou não ocorrer com auxílio de preposição.

O verbo é considerado o termo regente e os seus complementos são os termos regidos. Como complementos do verbo temos o objeto direto (não preposicionado) e o objeto indireto (preposicionado). Veja por qual tipo de verbo cada um deles é exigido:

– Verbo transitivo direto (VTD): exige apenas objeto direto;

– Verbo transitivo indireto (VTI): exige apenas objeto indireto;

– Verbo transitivo direto e indireto (VTDI): exige tanto o objeto direto quanto o objeto indireto.

Obs.: verbos intransitivos não exigem complemento.

Confira alguns exemplos de regência verbal:

1. Este aparelho aspira o pó.

Aqui o verbo aspirar significa sorver, sugar. Nesse sentido, quem aspira, aspira algo, portanto o complemento do verbo é o objeto direto “o pó”, que não apresenta preposição.

2. Esses homens apenas aspiram ao lucro.

Agora, o verbo aspirar significa desejar, almejar. Nesse sentido, quem aspira, aspira a alguma coisa, por isso o complemento do verbo é o objeto indireto “ao lucro”, introduzido pela preposição a.

Por meio desses dois exemplos já é possível perceber como a mudança de regência de um verbo pode acarretar também na mudança de seu sentido. 

Regência dos verbos mais utilizados

Como existem mais de 11.000 mil verbos, não é possível abordar todos aqui, por isso o Clube selecionou a regência dos principais verbos utilizados no dia a dia e também muito cobrados em provas. 

Chegar, ir, voltar

Verbos que indicam deslocamento constroem-se com a preposição a:

– Os fãs costumam chegar cedo ao show.

– O político voltou a Brasília esta manhã.

Ir a x ir para

Quem vai a acaba por voltar, mas quem vai para não tem a intenção de regressar:

– Elisa vai a Vitória toda semana. (Pressupõe-se que ela vá voltar.)

– Elisa vai para Vitória no fim do mês. (Pressupõe-se que ela não volte.)

Agradar

No sentido de acariciar, é VTD:

– A mãe agradava sua filha todos os dias pela manhã.

No sentido de contentar, deixar feliz, é VTI. A preposição que rege o complemento, nesse caso, deve ser a:

– O aluno agradou ao professor com sua aprovação.

Assistir

No sentido de ajudar, é VTD:

– A enfermeira assistiu seus pacientes durante o plantão.

No sentido de ver, exige complemento introduzido pela preposição a:

Assistimos a filmes durante toda a madrugada.

No sentido de pertencer, é VTI e também é introduzido pela preposição a:

Assiste ao ser humano o direito à vida.

No sentido de morar, é verbo intransitivo e deve ser empregado com a preposição em, a fim de montar a locução adverbial de lugar:

– Há dez anos, assisto em Florianópolis.

Corroborar

Muita gente emprega incorretamente esse verbo, utilizando a preposição com. Porém, saiba que esse emprego é vicioso e não deve ocorrer, pois corroborar é VTD:

– A fala da professora corroborou a visão da diretora.

Ensinar

No sentido de ensinar algo, é VTD:

– Só devemos ensinar o essencial.

No sentido de ensinar algo a alguém ou ensinar alguém a fazer algo, é VTDI e pede preposição a:

Ensinei as quatros operações matemática aos meus alunos.

Esquecer, lembrar

São VTD quando forem utilizados sem pronome e sem preposição:

Esqueceu que havia reunião.

Lembrou que havia reunião.

São VTI quando forem utilizados com pronome e com preposição:

Esqueceu-se de que havia reunião.

Lembrou-se de que havia reunião.

Informar, avisar, certificar, notificar, prevenir

São VTDI e podem admitir as preposições a, de ou sobre.

Informaram ao chefe o que se passara.

Notificaram o chefe do que se passara.

Certificou o chefe sobre o que se passara.

Namorar

É VTD, por isso se usa sem preposição:

– Isabela namora seu amigo de infância.

No registro coloquial, costumamos dizer assim:

– Isabela namora com seu amigo de infância.

No entanto, o emprego da preposição com altera o sentido do termo consequente, que passa a ser adjunto adverbial de companhia.

Preferir

Quando é VTDI, usa-se a preposição a e não de:

Prefiro Inglês a Espanhol.

No sentido de dar primazia, é VTD:

– Confere à mulher o direito de preferir o trabalho ou a dedicação ao lar.

Visar

No sentido de mirar, dirigir o olhar para, é VTD e emprega-se sem preposição:

– O atirador visava o alvo menor.

No sentido de ter em vista, objetivar, pretender, é VTI e emprega-se com a preposição a:

– A jovem estudante visava ao cargo público.

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