Um encontro consonantal é a sequência de dois ou mais fonemas consonantais numa palavra. Exemplos:
– creme (cr)
– regra (gr)
– ritmo ™
– tcheco (tch)
– psicologia (ps)
Classificação
Podemos classificar os encontros consonantais em perfeitos e imperfeitos.
1) Encontro consonantal perfeito: também chamado de grupo consonantal, é inseparável, pois os fonemas consonantais pertencem a uma mesma sílaba.
Os mais comuns são os que têm como segunda consoante as letras L ou R:
– bloco (blo-co), clima (cli-ma), flores (flo-res), glória (gló-ria), duplo (du-plo), atlas (a-tlas)
– branco (bran-co), lacrar (la-crar), sofrer (so-frer), grande (gran-de), prato (pra-to), letra (le-tra)
No entanto, há outros encontros perfeitos não muito incidentes nas palavras, mas que também merecem atenção. São eles: gn, mn, pn, ps, pt, tm, cz.
– gnomo (gno-mo), mnemônico (mne-mô-ni-co), pneu (pneu), psicótico (psi-có-ti-co), ptialina (pti-a-li-na), czar (czar).
2) Encontro consonantal imperfeito: também chamado de encontro consonantal disjunto, é separável, pois cada fonema consonantal pertence a uma sílaba.
– absoluto (ab-so-lu-to), convicção (con-vic-ção), pacto (pac-to), advento (ad-ven-to), nafta (naf-ta), ritmo (rit-mo), apto (ap-to).
Dífono como encontro consonantal fonético
Chamamos de dífono o som KS representado pela letra X. Portanto, temos uma letra que representa dois fonemas consonantais, por isso dizemos que todo dífono também pode ser um encontro consonantal fonético.
Exemplos de dífonos:
– fixo (pronúncia: fikso)
– axila (pronúncia: aksila)
– anexo (pronúncia: anekso)
– asfixia (pronúncia: asfiksia)
– reflexão (pronúncia: refleksão)
– complexo (pronúncia: complekso)
Diferença entre encontro consonantal e dígrafo
É importante não confundir encontro consonantal com dígrafo, visto que não são iguais!
No encontro consonantal, cada consoante da sequência é pronunciada, isto é, cada consoante possui um fonema diferente. Por outro lado, o dígrafo define-se como o encontro de duas letras que representam um só fonema.
Dessa forma, palavras com –ch, –lh, –nh, –sc, –sç, –xc, –rr e –ss, tais como: chinelo, palha, nhoque, piscina, cresçam, exceção, arrastão e assado, não apresentam encontro consonantal, mas, sim, dígrafo consonantal.
O mesmo ocorre com o M e o N após vogal em final de sílaba, os quais são considerados sinais diacríticos e não consoantes. Nas palavras campo, umbigo, onda e entrada, por exemplo, essas letras nasalizam a vogal anterior, logo –am, –um, –on e –em são duas letras que representam um só fonema, assim temos dígrafos vocálicos.
Ortografia x Fonologia
É normal nos depararmos em diversas fontes de consulta com a afirmação de que encontro consonantal é a sequência de duas ou mais consoantes numa palavra. No entanto, é por causa de exemplos como os do dífono e os do dígrafo que esse tipo de afirmação causa muita confusão.
Devemos nos atentar ao fato de que encontro consonantal deve seguir uma análise fonológica e não ortográfica, isto é, o que importa é a pronúncia e não a grafia. Portanto, a melhor definição é a de que ele é a sequência de dois ou mais fonemas consonantais.
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