Sintaxe – conceito, usos e exemplos

A sintaxe é um conjunto de regras sobre as diversas possibilidades de associação de palavras em uma frase, oração ou período. Neste artigo, você vai encontrar tudo que precisa saber sobre esse tema. Confira!

O que é sintaxe?

Sintaxe é a parte da gramática que estuda as relações existentes entre as palavras na oração e as ordens de construção dos períodos simples e compostos.

Esse campo de estudo analisa as principais combinações lógicas entre os diferentes termos e como elas influenciam no sentido do enunciado.

O que é sintaxe e exemplos de sintaxe.

O que é frase, oração e período?

Quando falamos de sintaxe, é necessário, primeiramente, estabelecer a diferença entre frase, oração e período.

1. Frase: é todo enunciado que estabelece comunicação. Pode se dividir em:

a) Frase nominal: não apresenta verbo.

– Cuidado!

– Bom dia!

b) Frase verbal: apresenta verbo ou locução verbal.

– Reduza a velocidade.

– Aonde você pretende chegar?

2. Oração: é o enunciado que apresenta verbo ou locução verbal, ou seja, é uma frase verbal.

– Este professor é incrível!

Será que ela gosta de mim?

3. Período: é o enunciado que apresenta uma ou mais orações. Começa com letra maiúscula e termina com ponto, ponto de interrogação, ponto de exclamação ou reticências. Pode se dividir em:

a) Período simples: apresenta uma oração.

Quero muito este carro!

Espero reconhecimento pelo trabalho.

b) Período composto: apresenta duas ou mais orações.

– As alunas garantem que chegarão a tempo.

– Eu quero, eu posso, eu consigo!

Sintaxe do período simples

A sintaxe do período simples consiste na identificação dos termos da oração, que são palavras ou grupo de palavras que exercem alguma função sintática dentro da oração. São divididos em:

1. Termos essenciais da oração: sujeito e predicado;

2. Termos integrantes da oração: complementos verbais (objeto direto e objeto indireto), complemento nominal e agente da passiva;

3. Termos acessórios da oração: adjunto adnominal, adjunto adverbial e aposto.

Sintaxe do período composto

A sintaxe do período composto trata das orações coordenadas e orações subordinadas.

1. Orações coordenadas: são aquelas que exercem relação de independência sintática uma da outra, apesar de serem dependentes semanticamente. Ou seja, ligam-se pelo sentido ao mesmo tempo em que cada uma possui estrutura sintática completa.

Por apresentarem dois ou mais verbos, podemos dizer que as orações coordenadas constituem um período composto por coordenação

As orações coordenadas se dividem em: assindéticas e sindéticas.

a) orações coordenadas assindéticas: são aquelas que não possuem síndeto, ou seja, não possuem conjunção.

– “Verso canta-se, urra-se, chora-se.” (Mário de Andrade)

– Não perturbe, trabalhe!

b) orações coordenadas sindéticas: são aquelas que apresentam conjunção.

– Estudou muito, mas não passou.

– Correu para o hospital, pois teve crise alérgica.

De acordo com o valor semântico de cada conjunção, as coordenadas sindéticas recebem cinco classificações:

  • Oração Coordenada Sindética Aditiva
  • Oração Coordenada Sindética Adversativa
  • Oração Coordenada Sindética Alternativa
  • Oração Coordenada Sindética Conclusiva
  • Oração Coordenada Sindética Explicativa

2. Orações subordinadas: são aquelas que exercem alguma função sintática em relação a outra oração, denominada oração principal.

Por apresentarem dois ou mais verbos, podemos dizer que as orações subordinadas constituem um período composto por subordinação

As orações subordinadas se dividem em: substantivas, adjetivas e adverbiais.

a) orações subordinadas substantivas: são aquelas que têm valor de substantivo. Exercem, em relação à oração principal, a função de sujeito, predicativo, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal ou aposto.

– Sabe-se que haverá uma nova manifestação.

– Não me diga que você não vem…

b) orações subordinadas adjetivas: são aquelas que têm valor de adjetivo. Exercem, em relação à oração principal, a função de adjunto adnominal.

– O vírus que surgiu este ano pode ser letal.

– Saiu com o namorado, que mora em São Paulo.

c) orações subordinadas adverbiais: são aquelas que têm valor de advérbio. Exercem, em relação à oração principal, a função de adjunto adverbial.

– Faça silêncio para que se concentrem.

Depois que ele dormir, fugiremos deste lugar.

Sintaxe de concordância

A sintaxe de concordância trata da adequada flexão de certas palavras para que concordem com outras. Há dois tipos de concordância:

1. Concordância nominal: é a adequada flexão em gênero e número dos determinantes que caracterizam um determinado substantivo. Os determinantes podem ser: artigos, adjetivos, numerais e pronomes.

– A aluna esforçada ganhou a bolsa de estudos.

– O menino bagunceiro atrapalhou os demais na prova.

2. Concordância verbal: é a adequada flexão em número e pessoa do verbo para que ele possa concordar com o núcleo do sujeito da oração.

– A criança correu quando viu o cachorro.

Eles pensam que podem me enganar!

Sintaxe de regência

A sintaxe de regência trata da necessidade de preposição entre os termos na oração ou entre as orações no período composto. Há dois tipos de regência:

1. Regência nominal: quando o nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) exige um complemento nominal com preposição.

– Tenho confiança em minha mãe.

– Ela está acostumada a dias frios.

2. Regência verbal: quando o verbo exige um complemento verbal com preposição.

Gosto tanto de você!

– A mulher necessita de proteção.

Análise sintática

A análise sintática, diferente da análise morfológica, é o estudo da relação que as palavras guardam umas com as outras em uma oração

Dito de outra forma, ela examina o papel que a palavra exerce dentro da oração. Assim, o objetivo é identificar às funções sintáticas que cada termo desempenha: sujeito, adjunto adverbial, predicado, objeto direto e indireto, complemento nominal, aposto, vocativo, entre outros.

Para entender melhor, vamos analisar sintaticamente o período seguinte:

ex: Saímos de casa no final do dia.

  • Sujeito: nós (sujeito oculto)
  • Predicado: Saímos de casa no final do dia. (predicado verbal)
  • Núcleo do predicado: saímos
  • Adjuntos adverbiais: “de casa” e “no final do dia”

Figuras de sintaxe

As figuras de sintaxe, ou figuras de construção, são estratégias argumentativas que envolvem a alteração da ordem sintática das orações para expressar determinados sentidos ou provocar sentimentos. 

Vamos conferir quais são as principais:

1) Hipérbato

O hipérbato é uma inversão da ordem natural da frase:

  • Fugiu meu ganto esta manhã. (na ordem direta seria: “meu gato fugiu esta manhã.”)

2) Pleonasmo 

O plenasmo é a repetição da significação de palavras ou de termos oracionais:

  • Ele entrou dentro de casa assim que a chuva começou a apertar.

3) Anacoluto 

É uma quebra na ordem direta da frase que deixa um termo sem função sintática – normalmente no início da oração, funcionando como um tópico:

  • A casa, eu a limpei hoje no início da tarde.

4) Elipse 

Trata-se da omissão de um termo ou de uma expressão:

  • Nadei quarenta e cinco minutos hoje. (omissão do promome pessoal “eu”)

5) Zeugma

Trata-se de um tipo específico de elipse, que consiste na omissão de um termo anteriormente mencionado. 

  • Paulo trabalha como programador. Maria, como enfermeira. (omissão do verbo “trabalhar”)

6) Assíndeto

É a ausência de síndeto, ou seja, do conectivo que liga orações:

  • Andei, corri, cheguei, dormi.

7) Polissíndeto 

É o contrário do assíndeto. Nessa figura de linguagem, há a repetição do conectivo:

  • Andei, e corri, e cheguei e dormi.

8) Anáfora 

É a repetição de uma palavra no início da frase:

Assim pensando o tempo passa e a gente vai ficando pra trás
Esperando, esperando, esperando
Esperando o sol
Esperando o trem
Esperando o aumento
Desde o ano passado para o mês que vem

Chico buarque

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