Verbos ergativos, inacusativos e inergativos – qual a diferença?

Na língua portuguesa, os verbos intransitivos podem ser classificados em ergativos ou inacusativos e inergativos. Neste artigo, vamos explicar esses conceitos. Vejamos!

Verbos ergativos ou inacusativos

Verbos ergativos ou inacusativos são aqueles em que o sujeito, em vez de praticar, recebe a ação. Esse tipo de verbo possui, em geral, sujeito inanimado (coisa ou objeto). Vejamos alguns exemplos:

  • A empresa da minha família faliu. (Note que “a empresa” não praticou o ato de falir, e sim o recebeu.)
  • O pneu do carro furou na estrada. (Veja que “o pneu” sofreu a ação do verbo furar, e não a executou.)
  • A chave apareceu ali em cima da mesa. (Perceba que “a chave” não praticou a ação de aparecer.)

Vale ressaltar que há verbos que, apesar de não serem ergativos ou inacusativos, são utilizados dessa forma na linguagem informal:

  • Ontem eu vacinei contra a gripe. (Note que a forma correta seria “fui vacinado”.)
  • O apartamento finalmente vendeu. (Perceba que, no registro formal, o ideal seria “foi vendido”.)
  • A janela quebrou com a bolada. (Veja que o melhor seria dizer “foi quebrada”).

Perceba que, nos enunciados acima, estamos diante de casos em que verbos transitivos são utilizados com intransitivos.

Verbos inergativos

Os verbos inergativos são verbos intransitivos cujo sujeito é animado e tem o controle sobre a ação que pratica:

  • Mário nadou 2.000 metros na aula de hoje de manhã.
  • Rita dançou a noite toda ontem na festa de casamento.
  • Rafael almoçou tarde ontem.

Perceba que, nos três casos, o sujeito é volitivo, ou seja, pratica a ação porque quer, por vontade própria.

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Vale a pena também assistir ao vídeo abaixo do professor José Arnaldo sobre o tema:

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