Alomorfia é uma variação sofrida por algum morfema de uma palavra a fim de que ela seja melhor pronunciada.
O morfema é estudado pela morfologia, parte da gramática que trata da estrutura das palavras, o processo de formação pelo qual elas passam e as classes gramaticais em que se dividem.
A estrutura das palavras é composta por um radical e outras partes que se ligam a ele. Tanto o radical quanto essas outras partes são chamadas de morfema.
O morfema é a menor parte significativa de uma palavra e pode ser dividido em: radical, desinências (nominal e verbal), vogal temática e afixos (prefixos e sufixos). Além disso, também pode decompor-se em fonemas, que são as unidades mínimas que não têm significado gramatical ou semântico.
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Acompanhe os exemplos de alomorfia em cada tipo de morfema:
1. Alomorfia no radical:
O verbo fazer sofre alomorfia no radical faz-. Perceba como ele sofre alterações nas seguintes conjugações e particípio:
– faço, fiz, fez, fizera, farei, fizesse, feito (particípio).
2. Alomorfia no prefixo:
O prefixo grego a- por vezes muda para an-, ou seja, são duas formas para um mesmo sentido: “privação, negação”. Dessa forma, temos:
– ateu, analfabeto, anestesia, anarquia, acéfalo, anônimo…
3. Alomorfia no sufixo:
O sufixo -ão, que indica aumentativo, por vezes muda para -zão:
– lobão, caldeirão, amarelão, bonzão, funilzão…
O sufixo -inho, que indica diminutivo, por vezes muda para -zinho:
– copinho, beicinho, amiguinho, computadorzinho, cãozinho, indiozinho…
4. Alomorfia na vogal temática:
a) Vogal temática nominal:
Normalmente, os nomes terminados em -l tem plural em -es, sendo o -e a vogal temática. Exemplo: cônsul > cônsules.
Por outro lado, a palavra sal, no plural, tem a vogal temática alomórfica, pois de -e muda para -i:
– sal > sais
b) Vogal temática verbal:
O verbo amar sofre alomorfia na 1ª e na 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo. Em todos os demais tempos, a vogal temática não muda, é sempre -a.
– eu amei, tu amaste, ele amou, nós amamos, vós amastes, eles amaram.
5. Alomorfia na desinência:
a) Desinência nominal:
As desinências -o e -a indicam o gênero masculino e feminino respectivamente. Contudo, em avó e avô o traço distintivo de gênero se dá com “ó” e “ô”, podendo ser consideradas desinências alomórficas.
b) Desinência verbal:
O verbo cantar sofre a seguinte alomorfia na desinência verbal:
Pretérito imperfeito do indicativo:
– eu cantava, tu cantavas, ele cantava, nós cantávamos, vós cantáveis, eles cantavam (a desinência va muda para ve na 2ª pessoa do plural)
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