Talvez você não saiba o que significa linguagem coloquial, mas é muito provável que já a tenha utilizado em algum momento da vida. Isso porque coloquial, ou informal, como também é chamada, é a linguagem popular usada no cotidiano.
Assim, em uma roda de amigos ou em simples conversas por aplicativos, é comum falarmos, ou escrevermos, de maneira mais descontraída. Em outras palavras, expressões como: “rolê”, “trampo”, “treta”, ou abreviações como “cê”, “cel” e “pq” são muito vistas e empregadas visando facilitar a comunicação.
No entanto, é importante saber quais são as características dessa linguagem para não confundir e usá-la em momentos inapropriados. Embora não seja “errada”, ela não é adequada para todas as situações.
Continue a leitura para saber mais detalhes sobre o assunto!
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ToggleO que é linguagem coloquial?
Linguagem coloquial ou informal é um tipo de fala popular, usada frequentemente em conversas corriqueiras, sejam elas presenciais sejam digitais. Melhor dizendo, é uma forma comum de se comunicar espontaneamente com outras pessoas.
Quando a usamos, não nos preocupamos com as normas gramaticais. Inclusive, gírias, abreviações, estrangeirismos, palavras inexistentes e até erros de concordância são habituais.
Contudo, em alguns contextos, esse tipo de linguajar não é bem-vindo, como, por exemplo, em ambientes profissionais e acadêmicos, em produções textuais como a redação do Enem, ou mesmo em diálogos com aqueles que não fazem parte do nosso dia a dia.
É importante destacar que não há problemas em utilizar esse tipo de linguagem no cotidiano.
O grande desafio é saber diferenciar os cenários e não se confundir na hora da comunicação.
Isso porque, ao se familiarizar com esse formato de linguagem, pode ocorrer dificuldades em se distanciar dele no momento oportuno. Em razão disso, é fundamental conhecer as suas características e saber distingui-lo do padrão culto.
Características da linguagem coloquial
Por se tratar de um estilo de linguagem, a linguagem coloquial dispõe de características que a distinguem da linguagem formal. São elas:
- informalidade: a linguagem coloquial é usada em situações informais como rodas de conversas, confraternizações, mensagens de aplicativos e outras situações do cotidiano as quais não é necessário a aplicação de normas gramaticais;
- descontração e espontaneidade: normalmente, em conversas informais, as palavras surgem de maneira natural, ou seja, por meio de uma comunicação fluída, sem ensaios ou padrões a serem seguidos;
- uso de gírias, expressões, contrações e abreviações: as gírias e expressões são muito usadas na linguagem coloquial. Normalmente são advindas de uma determinada região ou grupo social. Já as contrações e abreviações facilitam o diálogo, tornando-o mais rápido, principalmente quando ele é escrito;
- gramática flexível: a linguagem coloquial permite uma maior flexibilidade gramatical. Isso porque, o que importa é que a mensagem seja transmitida de forma clara, sem comparação com a norma culta da Língua Portuguesa.
Diferenças entre a linguagem coloquial e a linguagem formal
Como dito anteriormente, além das características, é necessário saber distinguir a linguagem coloquial da linguagem formal. Confira as principais diferenças entre elas:
Linguagem coloquial | Linguagem formal |
É descontraída e usada em situações do cotidiano, as quais não é necessário formalidade. | Possui um alto grau de formalidade, sendo usada normalmente em ambientes profissionais e acadêmicos. |
Incluí gírias, expressões idiomáticas, abreviações e contrações. Inclusive, dispõe de uma gramática mais flexível. | Evita gírias, expressões idiomáticas, abreviações e contrações. Segue a norma-padrão da Língua Portuguesa. |
Pode conter palavras de humor, afetividade e emoção. | É neutra, objetiva e evita humor, afetividade e emoção. |
Quando usar a linguagem coloquial?
Embora as características da linguagem coloquial já nos sugiram em qual momento devemos usá-la, é importante ressaltar que esse estilo de linguagem é inapropriado em alguns contextos.
Assim, situações profissionais e acadêmicas, além de cerimoniais, não condizem com a linguagem coloquial. Isso porque essas são circunstâncias nas quais a norma padrão da Língua Portuguesa é exigida.
Afinal, imagine o seguinte diálogo entre professor e aluno:
– E aí, mano? Já fez os exercícios que eu mandei?
– Pô, professor. “Cê” nem sabe o quanto o trampo “tava” puxado. Nem rolou.
Ou então um casamento com a seguinte introdução à cerimônia:
– A galera está aqui hoje celebrando o casamento do mano Tadeu e da mina dele.
Totalmente desconexo, concorda?
Desse modo, fica claro que a linguagem coloquial deve ser usada em conversas do dia a dia. Ela é normalmente empregada na fala, mas também pode ser aplicada na escrita, desde que não seja uma produção textual acadêmica ou profissional.
Melhor dizendo, seu uso é mais comum em redes sociais e aplicativos de mensagens, como WhatsApp, por exemplo.
Vale dizer que já existem conteúdos na internet com a linguagem coloquial. Inclusive, de marcas conhecidas. No entanto, redigir um texto nesse estilo de linguagem para um público amplo pode ser mais difícil do que parece.
Isso porque é necessário conhecer bem os leitores e estar totalmente alinhado com a proposta da empresa em questão. Do contrário, o que era para ser destaque na web, pode causar estranheza e até ser rejeitado pelos usuários.
Exemplos de frases com linguagem coloquial
A seguir, confira alguns exemplos de frases com a linguagem coloquial:
- E aí, mano! Blz?
- Cê tá sabendo do que rolou ontem?
- Hoje não fiz nada, só trampei.
- Aquela treta das minas foi sem motivo.
- Vamos dar um rolê amanhã?
- Como cê tá?
- Tô atrasadaço pra sair.
- Tá chateado, pq?
- Meu cel descarregou ontem.
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