Os pronomes possessivos são palavras que acompanham ou substituem o substantivo, estabelecendo uma relação de posse (na maioria das vezes) entre o item possuído e as pessoas do discurso.
São pronomes possessivos:

Tópicos deste artigo
ToggleConcordância nominal dos pronomes possessivos
Os possessivos concordam em pessoa com o substantivo que representa o possuidor, além de concordarem em gênero e número com o substantivo que designa o item possuído. Exemplo:
– José deixou uma bela casa como herança para suas filhas.
Possuidor: José (substantivo)
Item possuído: filhas (as filhas de José)
Pronome possessivo: suas (3ª pessoa do singular / feminino e plural)
Note que suas faz referência à 3ª pessoa do singular, que é José, ao mesmo tempo em que é feminino e plural, pois também concorda com filhas.
Emprego dos pronomes possessivos
1. Diferenças semânticas:
Em alguns contextos, os possessivos não indicam relação de posse, mas, sim, de respeito, afetividade, estimativa, ironia, indefinição entre outros.
– Com licença, meu senhor. (respeito)
– Minha Maria, como você está linda! (afetividade)
– Lá pelos seus dezoito anos, faça um intercâmbio. (estimativa)
– Meu bem, lava essa boca antes de falar de mim! (ironia)
– Ele bem que tem tido suas regalias no trabalho. (indefinição)
2. Nosso de modéstia e de majestade (Plural majestático)
A fim de evitar um tom impositivo ou muito pessoal no discurso, é comum o tratamento de nós em vez de eu. Dessa forma, o possessivo meu (minha) muda para nosso(a).
a) Nosso de modéstia:
“Nossa pesquisa foi realizada com base no último censo demográfico do IBGE…”
b) Nosso de majestade (plural majestático):
“Nossos homens não deixarão passar um inimigo sequer pelas portas do nosso reino.”
3. Vosso de cerimônia
Num tratamento cerimonioso, é comum utilizarmos o pronome vosso(a), ainda que estejamos falando com uma única pessoa.
“Nunca vosso avô, meu senhor e marido, achou que me não fosse possível compreender o ânimo dum grande português.”
(José Régio em “El-Rei Sebastião”)
4. Ambiguidade
Os possessivos de terceira pessoa – seu(s), sua(s) – podem causar ambiguidade em certas frases.
– O pai discutia com a filha o seu futuro. (O futuro do pai ou da filha?)
Para desfazer a ambiguidade, é necessário reescrever o trecho mudando os termos da oração de ordem ou acrescentando dele(s), dela(s) sempre que possível.
– O pai discutia o seu futuro com a filha.
– O pai discutia com a filha o futuro dela.
5. Pronomes oblíquos como possessivos
Os pronomes oblíquos me, te, lhe, lhes, nos e vos assumem valor de pronomes possessivos em algumas construções.
– Ardiam-me os olhos. (= Meus olhos ardiam)
– Segurei-lhe a mão. (= Segurei a sua mão)
*
Quer aprofundar seus conhecimentos na língua portuguesa? Então, continue seus estudos com a Gramática On-line do Clube do Português.