A escrita espontânea pode ser definida como uma escrita livre. Em outras palavras, trata-se de uma abordagem na qual a criança em fase de alfabetização tem a liberdade para escrever sem medo de errar.
No entanto, muito se engana quem acredita que não há objetivo pedagógico nesse tipo de escrita. Embora seja um tipo de produção natural, ela auxilia as crianças durante o processo de aprendizado do código linguístico. Se você deseja saber mais sobre o assunto, continue a leitura deste artigo!

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ToggleO que é escrita espontânea e como identificá-la?
A escrita espontânea é uma atividade pedagógica que segue a BNCC e que pode ser definida como toda produção gráfica realizada pela criança em processo de alfabetização. Nesse sentido, ela é considerada uma atividade fundamental para auxiliar no entendimento de grafemas (letras) e fonemas (sons) das palavras escritas.
Quando uma criança tem a ação de escrever, embora ainda não compreenda o princípio alfabético, identificamos a escrita espontânea pela forma como ela escolhe as letras e como as ordena, sem nenhum tipo de regra.
Além disso, é comum nos depararmos com alunos fazendo bolinhas ou usando apenas as letras do nome para escrever uma palavra ou frase.
Ao pensarmos na Língua Portuguesa, é fato que essas produções não estão totalmente corretas. Entretanto, usar o conhecimento prévio para a construção de palavras e frases é a forma mais simples de as crianças compreenderem a natureza escrita.
Neste contexto, é importante que não haja exigências na escrita espontânea para que o aluno se expresse da maneira que compreende esse universo.
Como promover a escrita espontânea na escola?
Para promover a escrita espontânea na escola, principalmente na Educação Infantil, é fundamental usar uma estratégia com base na intencionalidade, isto é, considerando os conteúdos do dia a dia da criança. Nesse sentido, é importante explorar:
- o nome do aluno;
- os desenhos preferidos;
- as cores favoritas;
- as comidas de que mais gosta;
- as brincadeiras do cotidiano;
- as atividades que realiza.
Dessa forma, os alunos se familiarizam com as temáticas mais facilmente, contribuindo para uma escrita espontânea mais leve e fluída. Além disso, é importante incentivá-los a trocar informações e experiências com os colegas, melhorando também o vocabulário e interação.
Ademais, também é essencial que o professor estimule a escrita espontânea de outras maneiras, como:
- encorajando as crianças a compartilharem suas produções escritas com a classe;
- criando métodos para que os alunos aprendam a avaliar o seu próprio progresso;
- incentivando debates sobre as coisas escritas por eles.
Vale reforçar que, no processo de desenvolvimento da escrita espontânea, é fundamental deixar a criança à vontade para escrever, escolhendo as letras e a ordem de cada uma da forma que achar melhor.
Assim, a atividade não deve ser ditada nem dirigida. Afinal, o objetivo é estimular o estudante a utilizar seus conhecimentos prévios.
Sondagens e avaliações diagnósticas na escrita espontânea
Vale dizer que a escrita espontânea não deve ser ditada pelo professor em momento algum. A proposta é que as crianças conduzam a própria atividade.
Nesse sentido, segundo a professora Mara Mansani, as sondagens nessa fase devem ser baseadas em perguntas que permitam aos educadores entender o que as crianças pensam a respeito da escrita.
Além disso, também é fundamental destacar que não se deve a priori corrigir as palavras erradas, mas sim entender os erros como passos importantes para a construção da base alfabética.
Nesse contexto, o alfabetizador pode realizar sondagens individuais, estimulando os estudantes a refletirem sobre suas produções escritas, de forma sutil e leve, mas sempre com intencionalidade pedagógica.
Níveis de escrita
Por fim, vale lembrar que o processo de alfabetização passa por diferentes níveis de escrita:
- pré-silábico
- silábico
- silábico alfabético
- alfabético.
Em todas essas fases, é possível utilizar a escrita espontânea com uma ferramenta pedagógica de acompanhamento e avaliação do processo de aprendizagem das crianças, por professores e equipe pedagógica das escolas.
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