Tanto o aposto quanto o vocativo são termos de uma oração. No entanto, desempenham funções diferentes. O aposto é um termo que possui relação com o pronome ou substantivo da oração.
Essa função pode explicar, resumir, especificar, indicar ou comentar algo. Em contrapartida, o vocativo é um termo independente, ou seja, um elemento isolado na oração, usado para evocar, chamar ou nomear a pessoa a qual nos dirigimos.
Entenda essas diferenças em detalhes neste conteúdo!
O que é aposto?
O aposto é um termo acessório. Melhor dizendo, ele possui relação com o substantivo ou pronome de uma oração, fornecendo informações sobre esse outro termo. Essa relação pode:
explicar;
resumir;
especificar;
indicar;
comentar algo.
No entanto, é válido dizer que o aposto não pode ser formado por um adjetivo, apenas por substantivo ou pronome substantivo (o qual exerce a função de substantivo).
Acompanhe os seguintes exemplos:
1. “Marcelo, o arquiteto do projeto, nasceu em Minas Gerais.”
Na oração acima, a expressão: “o arquiteto do projeto” é um aposto, pois desempenha a função de explicar quem é o Marcelo.
2. “Marcelo, inteligente e disciplinado, se tornou um excelente arquiteto.
Já nesse segundo exemplo, os adjetivos “inteligente e disciplinado” exercem a função de predicativo do sujeito. Melhor dizendo, atribuem uma qualidade ou condição ao sujeito que, nessa oração, é o arquiteto Marcelo.
Para não ter mais dúvidas, conheça, agora, os tipos de aposto!
Tipos de aposto
Existem 8 tipos de aposto, são eles:
Aposto explicativo: sua função é a de explicar ou esclarecer o termo a qual ele se refere. Ex: “Roberto Carlos, cantor e compositor, se apresenta hoje no evento”.
Aposto enumerativo: serve para enumerar os elementos de um único termo da oração. Ex: “Os meus autores favoritos são: Machado de Assis, Jorge Amado e Cecília Meireles.”
Aposto recapitulativo ou resumidor: resume, em um único termo, os diversos termos citados na oração. Ex: “Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil, todos cantam MPB.”
Aposto comparativo: realiza uma comparação não direta, melhor dizendo, implícita. Ex: “meu filho, um pequeno general, queria mandar em casa.”
Aposto distributivo: sua função é distribuir informações, ideias, qualificações, entre outros, nos elementos da oração.Ex: “Compre dois lanches: um para mim, outro para você.”
Aposto circunstancial: indica circunstância ou a qualidade de um ser. Ex: “Pedro, quando casado, não cumpria com as obrigações de pai.”
Aposto de especificação: específica, caracteriza um termo genérico na oração. Ex: “A cidade Alegrete é famosa no Rio Grande do Sul.”
Aposto da oração: comentário sobre o fato apresentado na oração. Ex: “Ficou um completo silêncio na sala, resultado de sua grosseria.”
Vale dizer que cada tipo de aposto é separado de uma forma, confira as regras, a seguir!
Como separar o aposto?
Normalmente, o aposto é separado por vírgulas do termo a qual ele se refere. Essa regra é válida nos seguintes tipos:
explicativo;
comparativo;
circunstancial;
da oração.
Exemplos:
Aposto explicativo: “A lanchonete do meu bairro, pedacinho do céu, tem sabores únicos.”
Aposto comparativo: “O conhecimento, ponte para o futuro, não deve ser rejeitado.”
Aposto circunstancial: “Devido ao estado de saúde do cantor, o show foi adiado.”
Aposta da oração: “Antes de falar com ele, o corpo dela tremia inteiro. “
Já o aposto enumerativo deve ser separado por dois-pontos do termo a qual se refere. No entanto, os seus elementos são separados entre si por vírgulas e, em alguns casos, pela conjunção “e” entre seus dois últimos termos.
Em relação ao aposto recapitulativo ou resumidor, ele é separado por vírgula nos elementos aos quais se refere. No entanto, os elementos da série seguem as mesmas regras anteriores: separados por vírgulas e conjunção “e” quando necessário.
Exemplo:
Aposto recapitulativo ou resumidor: “Verso, estrofe, rima, métrica e ritmo, tudo isso deve ser considerado na produção de uma poesia.”
O aposto distributivo pode ser separado da palavra a qual se refere tanto pela vírgula, quanto pelos dois-pontos.
Exemplo:
Aposto distributivo “Comprei três esmaltes: um para você, um para Glória e outro para mim.”
“Leve duas bebidas, uma para você e outra para o seu marido. “
Por fim, o aposto de especificação não deve ser separado.
Exemplo:
Aposto de especificação: “A rua Amora fica em São Paulo.”
O que é vocativo?
O vocativo é um termo da oração que se trata de um chamamento, apelo ou invocação. Assim, ele manifesta o diálogo com uma ou mais pessoas, sendo um termo independente, ou seja, o qual não faz parte da estrutura da oração.
Observe os exemplos:
“Carol, preciso falar com você!”
“Não pense, João, que esqueci o que me deve.”
“Meu Deus, por que isso está acontecendo comigo?”
“Karina e Mirela, a professora quer ver vocês!”
Como diferenciar aposto e vocativo?
Para diferenciar aposto e vocativo, você deve entender que:
Termo
Função
Exemplo
Aposto
Substantivo que se relaciona com outro termo da oração para especificá-lo, detalhá-lo, explicá-lo ou esclarecê-lo.
Michel, o bancário, trabalha na melhor filial da cidade.
Vocativo
Palavra ou expressão utilizada para fazer um chamamento ao interlocutor. Pode ser substantivo ou adjetivo. Não estabelece relação com outros termos da oração.
Exemplo: “Michel, a filial desse banco é a melhor da cidade.
Como diferenciar aposto e vocativo?
No primeiro exemplo, é possível notar que o aposto “o bancário” se refere ao termo “Michel”, ou seja, esclarece quem ele é. Já no segundo exemplo, o vocativo “Michel”, é um termo isolado que não possui nenhuma relação com outros elementos da oração.
Assim, o aposto é dependente dos termos de uma oração. Melhor dizendo, o aposto “bancário” não tem autonomia alguma, ele depende do termo Michel para fazer sentido. Em contrapartida, o vocativo é independente, isto é, mesmo se for excluído, a frase não perde o sentido.
Contudo, é importante dizer que, em alguns casos, a oração depende do vocativo. Veja o exemplo:
“Você, que deseja passar no Enem, precisa estudar mais!”
Nesse exemplo, a oração está subordinada ao vocativo “você”. Isso porque foi usado o pronome relativo “que”, o qual se refere ao termo anterior. Assim, “você” é dependente dele.
Exercícios de aposto e vocativo
Para encerrar este artigo, vamos conferir 3 questões sobre o uso de aposto e vocativo com gabarito comentado. Vamos lá!
Questão 1
Qual das seguintes definições melhor descreve a função do aposto e do vocativo:
a) Aposto é um termo utilizado para fazer um chamamento ao interlocutor.
b) Tanto o aposto como o vocativo se relacionam com outros termos da oração.
c) O vocativo é utilizado para explicar um termo dentro da oração.
d) O aposto pode ser somente um substantivo (ou expressão substantivada), mas o vocativo pode ser também um adjetivo.
Questões 2
Assinale a alternativa que indica a sequência correta:
I – Maria, vem aqui rápido. Preciso te contar uma coisa imporante. (vocativo)
II – Lula, presidente do Brasil, fez uma viagem para o Egito esta semana. (aposto explicativo)
III – Compre dois presentes: um para o meu filho, outro para meu sobrinho. (aposto enurmativo)
a) V, V, V
b) V, V, F
c) F, F, F
d) F, V, V
Questão 3
Qual das frases apresenta um vocativo?
a) Joe Biden, atual presidente dos Estados Unidos, concorrerá à reeleição.
b) Hoje fiz a feira completa: arroz, feijão, frutas, produtos de limpeza e itens de higiene pessoal.
c) Acalmai, ventania furiosa!
d) Pela manhã, fui ao hosptial universitário da minha cidade, o HUB.
Gabarito comentado dos exercícios
Questão 1 – Resposta: Letra D. De fato, o vocativo pode ser representado tanto por um substantivo quanto por um adjetivo. Já o aposto é necessariamente um substantivo ou um termo substantivado.
Na letra A, temos a definição do vocativo, e não do aposto. Na letra B, por sua vez, o erro está em dizer que o vocativo tem relação com outros termos da oração.
Por fim, na letra C, quem tem função de explicar outro termo na oração é o aposto explicativo.
Questão 2 – Resposta: Letra B. Na frase III, estamos diante de um aposto distributivo, e não de um aposto enumerativo.
Questão 3 – Resposta: Letra C. Perceba que a expressão “ventania furiosa” é um chamamento e não apresenta nenhuma conexão com termos da oração. Logo, trata-se de um vocativo.
Descrição da imagem: fundo de liso onde está escrito: “Vírgula: adjunto adverbial deslocado”.
Quando o adjunto adverbial de longa extensão está deslocado de sua posição normal na frase, devemos usar a vírgula. Neste artigo, vamos explicar melhor como funciona essa regra de pontuação. Vamos lá!
Ordem direta
Antes de avançarmos, vale relembrar que a ordem direta segue a seguinte sequência:
Sujeito + Verbo + Complemento Verbal;
Sujeito + Verbo de ligação + Predicativo.
Em geral, quando há alguma alteração nessa ordem natural da frase, ela deve ser marcada por vírgula.
De acordo com a flexão de gênero, os adjetivos dividem-se em uniformes e biformes. Neste artigo, vamos explicar esses dois conceitos e dar exemplos. Vejamos.
Uniformes
São aqueles que não flexionam indiferentemente do substantivo que qualificam.
As formas “bem-vindo“, com hífen, e “Benvindo” existem na Língua Portuguesa. Já a grafia “bem vindo”, sem hífen, está incorreta e não deve ser utilizada. Nesse artigo, vamos mostrar quando e como utilizar cada expressão. Confira!
Quando usar “bem-vindo”?
O Acordo Ortográfico diz que devemos utilizar o hífen em palavras compostas com os advérbios bem e mal quando a segunda palavra começa com vogal ou com a letra “h”.
Contudo, a Reforma Ortográfica abriu uma série de exceções a essa regra, dentre elas está o termo “bem-vindo”, que continua a ser escrito com hífen.
Além disso, vale pontuar que esse vocábulo tem origem no processo de formação de palavras chamado composição por justaposição. Ele ocorre quando uma nova palavra surge da junção de dois ou mais termos.
Classificações de “bem-vindo”
De acordo com o dicionário Aulete, a palavra “bem-vindo” pode exercer as funções de interjeição e de adjetivo.
Como interjeição, usamos o termo para fazer uma saudação, para dar as boas-vindas: “Bem-vindos!”. Já como adjetivo, o vocábulo indica algo ou alguém que é recebido com prazer ou acolhido com satisfação:
Você é sempre bem-vindo aqui em casa, meu amigo.
Bem-vindas sejam suas mudanças, porque elas serão sua salvação!
Flexão de “bem-vindo”
Vale destacar ainda que é possível flexionar em gênero e número, sempre concordando com o sujeito:
bem-vinda (feminino, no singular);
bem-vindos (masculino, no plural);
bem-vindas (feminino, no plural).
Quando usar “Benvindo”?
A palavra Benvindo é um substantivo próprio, ou seja, é o nome próprio de uma pessoa. Nesse sentido, ressalta-se que também existe a forma femina do termo (Benvinda):
O senhor Benvindo passou aqui para buscar as encomendas dele hoje cedo.
A madame Benvinda sempre vem a este salão fazer as unhas.
Destacamos que há registro de uso de Benvindo como primeiro nome e também como sobrenome. Ademais, vale dizer que devemos sempre grafar o termo com letra maiúscula.
Resumo
Por fim, preparamos uma tabela-resumo para ajudar você a fixar quando e como utilizar cada palavra:
Bem-vindo
Adjetivo e interjeição (saudação)
Benvindo
Nome próprio
Bem vindo
Não existe. Não deve ser usado.
*
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Parônimos são palavras que têm grafia ou som igual ou similar, mas significados diferentes. Um exemplo é o par reveses e revezes. Nesse caso, temos um caso de parônimos homófonos, ou seja, possuem pronúncia idêntica, mas são escritas de maneira distintas. Vejamos o significado de cada uma.
Reveses
Trata-se do plural de revés.
ex: Na vida, precisamos saber superar os reveses e seguir em frente.
Muita gente utiliza os vocábulos continuidade e continuação como sinônimos. Contudo, eles possuem sentidos distintos e devem ser utilizados em contexto diferentes.
Para acabar com as dúvidas, preparei um infográfico exclusivo.
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Afinal de contas, milhares é feminino ou masculino? De acordo com o dicionário Houaiss, “milhar” é um substantivo masculino. Logo a forma correta do plural é “os milhares”.
Ex¹: Os milhares de pessoas que estavam lá assistiram à cena com espanto.
Ex²: Os milhares de meninas que sofrem com machismo devem contar com suporte especializado.
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