Língua Portuguesa e Literatura para o Enem

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Libras – origem, gramática e estrutura da língua

O mês de setembro é especial para os deficientes auditivos. O Dia Nacional do Surdo é comemorado em 26 de setembro em homenagem à fundação da primeira escola de surdos no Brasil, no ano de 1857, no Rio de Janeiro. As celebrações, contudo, começam no dia 1º, aniversário da Lei nº 12.319/2010, que regulamenta o exercício da profissão de tradutor e intérprete da Língua Brasileira de Sinais, e se estendem aos dias 10, Dia Mundial da Língua de Sinais, e 30, quando o Brasil comemora o Dia do Tradutor/Intérprete.

Na conexão entre esses dois mundos – o dos surdos e o dos tradutores –, temos a Libras, sigla para Língua Brasileira de Sinais, que representa o conjunto de formas gestuais que é utilizado por deficientes auditivos para se comunicarem entre si e com ouvintes.

É esta língua que estamos nos acostumando a ver mais e mais presente no dia a dia de eventos de todos os tipos, dos políticos aos artísticos. Já é muito comum ter intérpretes de Libras nesses espaços e, de alguma forma, divulgando a linguagem de sinais e a tornando mais acessível a todos.

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Braile – conheça o sistema de escrita e leitura dos deficientes visuais

Qual é a sua reação quando se encontra no breu total? Já experimentou essa sensação de não enxergar um palmo à frente do nariz, de perder qualquer referência visual? Pois bem, há mais de meio milhão de brasileiros que vivem isso, por conta de alguma deficiência visual total, de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2019, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No total, os brasileiros com algum grau de dificuldade visual representam 3,4% (mais de 6,5 milhões) da população.

Não se trata apenas de imaginar a enorme chance de tropeçar no primeiro obstáculo que encontrar. O caso aqui é muito mais profundo e envolve barreiras à inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho e na vida social como um todo, simplesmente pela dificuldade de comunicação pelo uso da escrita e da leitura.

O Braile resolve isso. O sistema de escrita e leitura tátil foi desenvolvido pelo francês Louis Braille, que havia perdido a visão quando era criança. Na juventude, ele criou um programa para ensinar os cegos a ler, e dessa vivência surgiu o braile.

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Alfabetização de crianças cegas – como fazer?

A alfabetização de uma criança sempre vai além de capacitá-la a ler e escrever. Afinal, este é o momento de sua vida no qual o seu desenvolvimento se molda e quando os padrões de comportamento (atitudes, sentimentos, hábitos) são estabelecidos. No caso de uma criança com deficiência visual, é a mesma coisa.

Para garantir sua inclusão, o apoio especializado é importante. Adaptações são essenciais, mas tudo isso não impede que o processo de alfabetização seja feito na escola regular inclusiva, capaz de oferecer tratamento humanizado e igualitário nos mesmos espaços das crianças vidente.

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Alfabetização de crianças surdas – como fazer?

A visão é a primeira porta do mundo para uma criança surda. É natural, portanto, que ela se comunique apoiada nesse sentido e que também aprenda a partir dele. A língua brasileira de sinais (libras) é a expressão mais autêntica dessas pessoas, sua “língua materna”.

Mas a comunidade surda é heterogênea. Há indivíduos que nascem com surdez, outros que adquirem a deficiência depois de um tempo de vida; há os que possuem surdez profunda e outros cuja deficiência auditiva permite o uso de aparelhos auditivos. À medida em que vão se desenvolvendo, existem os indivíduos oralizados (fazem leitura labial da língua portuguesa), os sinalizados (comunicam-se em libras) e os bilíngues.

É importante lembrar que crianças surdas nascidas e criadas em famílias com pelo menos um responsável também surdo têm contato com a libras desde o começo de suas vidas, se desenvolvem e têm domínio da língua de forma mais natural e fácil. Mas isso não é a regra. Boa parte nasce em famílias de ouvintes, que normalmente não conhecem e nem usam a língua de sinais.

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Alfabetização de crianças com síndrome de down – estratégias e desafios

Crianças com síndrome de down (SD) podem aprender a ler e escrever. Isso é inquestionável. Mas esse processo deve acontecer no tempo de cada criança. E é este o maior cuidado que se deve ter na fase de sua alfabetização.

Pessoas com down podem ter problemas com audição, habilidades de memória e resolução de problemas, na noção de imagem corporal, de coordenação motora, atenção e orientação espacial e temporal. O próprio Movimento Down reconhece que a criança SD possui algum nível de dificuldade cognitiva, leve, moderada ou severa. Nesse sentido, a melhor forma de começar a alfabetização é identificando suas reais necessidades.

Após uma avaliação individual, o processo exigirá estímulos diários para que as intervenções criem consciência fonológica, trabalhando a vinculação de sons e letras, ensinando os fonemas.

As crianças com down podem ser estimuladas por questões visuais, por meio da combinação de imagens com contação de histórias, músicas, leitura e brincadeiras. O próprio enriquecimento do vocabulário da criança deve acontecer de forma simples, basicamente em conversas, com o cuidado de articular bem e repetir as palavras.

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Alfabetização de crianças com paralisia cerebral – estratégias e desafios

A alfabetização é um desafio de toda criança, mas, sobretudo, é um direito de cada uma delas. Para os diferentes meninos e meninas portadores de paralisia cerebral (PC), o processo ensino-aprendizado também é possível e desejável. Para que tenha sucesso, além de muito respeito às diferenças, só é necessário formular estratégias específicas e disponibilizar recursos adequados.

Assim, reforçam os especialistas, é possível propiciar condições para que o aluno com PC tenha acesso à escrita, por meio de experiências significativas, tornando-o capaz não só de ler e escrever, mas de transcender para o letramento.

A mediação bem-feita desse processo é fundamental para o sucesso dele. As poucas pesquisas realizadas com foco especial na alfabetização de crianças com paralisia cerebral indicam como melhor caminho sempre contar com uma parceria entre a família e a escola, devendo esta ser representada por um grupo de docentes: um professor titular, um professor assistente e outro de Atendimento Educacional Especializado (AEE).

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Alfabetização de crianças autistas – métodos e desafios

O processo de alfabetização é a etapa mais importante do desenvolvimento infantil. É por meio dela que a criança cria a habilidade da leitura e da escrita e passa a se expressar através de textos e frases, no entanto, a metodologia nem sempre é igual para todos, e a alfabetização de crianças autistas pode e deve ocorrer de maneira diferenciada.

Neste artigo, vamos falar sobre os desafios e métodos da alfabetização de crianças autistas. Confira!

Como se dá a alfabetização de crianças autistas?

As crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) têm características individuais e percebem o mundo de maneira diferente. Por esse motivo, é importante que os educadores investiguem as principais dificuldades e o desenvolvimento linguístico de cada uma delas.

É fundamental que os pais e profissionais da educação trabalhem em conjunto para que seja feita uma avaliação completa de cognição e psicomotricidade da criança com autismo, a fim de se criar métodos de alfabetização que se adequem às necessidades dela.

Para que a criança autista seja capaz de assimilar as habilidades necessárias para o processo de alfabetização, é imprescindível que se ocorra uma estimulação adequada, isto é, uma técnica que auxilie no processo de aprendizagem, como é o caso da metodologia fônica, que ensina os sons das letras antes da pronúncia de cada palavra.

Apresentar aos alunos com TEA o som das letras é uma tática que visa mapear a fala, tornando o método de alfabetização mais compreensível e concreto.

A maioria das crianças com autismo possui dificuldades no momento do aprendizado, entre elas, a organização e compreensão da linguagem, o bloqueio da atenção e a falta de entendimento dos sentimentos do outro. Por essa razão, é fundamental que as estratégias respeitem a forma como o cérebro da criança se comporta. 

Logo, trabalhar a sonorização das letras é uma maneira de fazer com que o cérebro assimile o som, antes mesmo de a criança conseguir pronunciar a palavra. Dessa forma, o aspecto cognitivo é beneficiado e os resultados tendem a ser satisfatórios. 

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Como alfabetizar crianças com TDAH?

Como alfabetizar uma criança que apresente sinais de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)? Bem, de início, é sempre bom deixar claro que, embora a síndrome traga desafios, ela não implica a impossibilidade de atuar junto à criança em prol de sua alfabetização.

Os alunos que apresentam os sintomas característicos desse distúrbio neurobiológico precisam do estímulo certo para aprender, caso contrário o resultado poderá ser um baixo aproveitamento escolar. Neste artigo, vamos apresentar algumas estratégias para trabalhar com esse grupo de estudantes. Vejamos!

O que é o TDAH?

Trata-se de um distúrbio crônico que acomete entre 3 e 5% da população em idade escolar, de acordo com dados da Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), divulgados pelo Ministério da Saúde. O TDAH é caracterizado pela dificuldade de se concentrar, de controlar os impulsos e pela hiperatividade.

O indivíduo não consegue prestar atenção ou ficar sentado por muito tempo. Além de sinais de inquietação e impaciência, ele dificilmente espera a vez do colega ou da professora explicar.

Os desafios que as crianças com TDAH podem encontrar durante o processo de alfabetização estão relacionados a inúmeras questões. Porém, o problema não tem origem nas habilidades de linguagem, e sim na atenção propriamente dita, o que torna a alfabetização mais fácil comparada com a dislexia, por exemplo.

Além do déficit de atenção, o indivíduo apresenta baixos níveis de motivação em tarefas monótonas e problemas de autorregulação de ordem comportamental, cognitiva e emocional.

A chamada “memória de trabalho”, que envolve tanto o armazenamento dos sons como o de sílabas e palavras, é restrita, e isso pode ainda atrapalhar a decodificação das palavras e a compreensão de leitura.

Há casos em que a pessoa acumula comorbidades, associando mais de um transtorno, como dislexia e Transtorno Opositivo Desafiador (TOD), que geralmente ocorre durante a infância e envolve comportamentos frequentes de raiva, agressividade, vingança, desafio, provocação, desobediência ou ressentimento.

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